Eu fui uma criancinha esquisita. Daí começaram a falar sobre infância no Twitter e eu decidi compartilhar com vocês algumas coisas porque sim. Dá pra entender muito sobre mim analisando a coisinha que eu era quando criança.
- Eu sempre fui MUITO afobada, desde pequena. Logo nos primeiros anos da escola, a gente tinha um exercício que precisávamos olhar para todos os cilindros numa página e pintar qual era maior. Como eu era apressada, eu não olhava a página inteira - só a primeira fileira. Ou seja: eu errava TODOS os exercícios assim.
- A gente tinha um livro do Castelo Rá-Tim-Bum com várias atividades artísticas. Uma delas era recortar e colar um quebra-cabeça. Eu simplesmente fui cortando tudo sem critério algum. Cortei tudo errado, colei tudo errado. Minha mãe, que sempre foi muito caprichosa, ficou horrorizada com aquilo e tentou consertar... o que não funcionou. O negócio ficou ó, uma bosta.
- Eu também sou teimosa desde pequena. Uma vez eu tinha que fazer um exercício pra escrever as partes do corpo da vaca. Eu não queria colocar "tetas" porque achava uma palavra feia. Ao invés disso, escrevi "seios". Minha mãe falou "mas filha, vaca tem teta mesmo". Não adiantou - entreguei o exercício falando que vacas tinham seios pra professora.
- Nos boletins de escola - pelo menos no Jardim II e III - não colocavam notas, e sim meio que o progresso da criança. Em todo boletim, todo bimestre, colocavam que eu tropeçava e caía muito e não tinha noção de espaço. Todo. Santo. Boletim.
- Por ser ruiva, muita gente (leia-se adultos) mexia comigo. Daí uma mulher perguntou se meu cabelo "era dessa cor mesmo". Minha mãe conta que eu botei as mãos na cintura e falei "escuta aqui, você acha que uma menina DA MINHA IDADE vai pintar o cabelo"? Detalhe: eu tinha uns quatro ou cinco anos.
- Quando eu tinha uns oito anos, eu passei a odiar meu cabelo. Daí eu decidi que uma boa maneira de arrumar isso seria cortando de maneira errada. Eu fazia umas falhas modestas e que davam pra esconder fácil e ainda jogava as mechas atrás da escrivaninha pra minha mãe não ver.
- Aliás, eu amava uma tesourinha. Quando eu era beem pequena, minha mãe de algum jeito me deixou sozinha no quarto da casa da minha vó, depois de ter comprado algumas roupas. Ela voltou pro quarto e me encontrou com uma tesoura na mão e todas as roupas picotadas.
- Eu tinha um ferrinho de passar roupa e usei a ponta dele pra fazer minifuros em todas as partes do meu armário que eu alcançava.
- Eu já mastiguei um daqueles vidrinhos de amostra de perfume. Não sei como eu não morri.
- Eu amava chamar a atenção. Era crônico, até. Toda festa que eu ia, eu precisava arranjar um copo de plástico e dançar na boquinha da garrafa (ou algum equivalente do axé dos anos 90). Tanto que até hoje tem parente distante que só lembra de mim por causa desses acontecimentos infelizes que morro de vergonha atualmente.
- Meu sonho era me apresentar no programa do Raul Gil. Não no programa da Xuxa, nem do Gugu, nem do Faustão. Do Raul Gil.
- Dois dos meus programas favoritos de infância: o da Rosa e Rosinha e Siga Bem Caminhoneiro. Fica aí a dica.
- Uma vez, fui viajar com meu pai pra Blumenau e na época a Varig estava fazendo aniversário ou comemorando alguma coisa, sei lá o que. E a bandeja da comida, garfos e facaeram de plástico porém amarelos, meio dourados. Elogiei tanto a bandeja pra aeromoça, mas tanto, que ela me deu a bandeja, os talheres e várias outras coisas que eles tinham lá sobrando. Meu pai ficou bem feliz de ter que levar esse bando de coisa durante a viagem.
- Quando eu era pequena eu tinha muita curiosidade pra saber o que acontecia depois da morte, inclusive eu ficava matutando quando que eu ia morrer porque queria descobrir logo.
- Eu ficava perto da janela de casa pedindo pra Lua me dar poderes para eu ser que nem a Saior Moon.
Por hoje é só, pessoal.
giving zero fucks since 1992.