sábado, 28 de fevereiro de 2015

c'est ne pas facile.

written by Larissa Rainey at 00:01 0 comentários.
Eu tinha combinado comigo mesma que esse blog seria mais animado, com temas mais amenos, pra compensar o quanto eu mergulho nos posts do Falando Sobre Saúde Mental. Mas veja bem... 

Eu não sei ser animada quando eu tô pra baixo. Já fingi muito nessa vida, e não consigo mais não. Posso até me acalmar, não deixar tão explícito assim. Mas fica estampado na minha cara, no meu olhar, no meu tom de voz. Também não sei sofrer calada. Escondo certas partes do meu sofrimento porque não quero todo mundo acessando tudo -  preciso do meu espaço - mas se eu fico mal, você vai ficar sabendo. Eu tenho essa tendência e acho que isso se deve ao fato de eu escrever. Só consigo lidar com as coisas se eu desabafar, se eu escrever. Se eu deixar tudo entalado, eu vou explodir - e não vai ser nem um pouco bonito.

No começo do mês, eu comecei (oi) a fazer um diário. Inclusive acabei de lembrar que esqueci de escrever ontem e hoje.  O objetivo é organizar as minhas mudanças de humor. Isso começou quando minha psicóloga disse que cada semana eu estava de um jeito muito diferente - ou seja, instável pra caralho. Como eu tenho a cabeça muito grudada na minha bunda, às vezes eu não paro pra pensar em como isso é percebido pelas pessoas ao meu redor. Eu não sei como é conviver comigo sem ser eu mesma. Eu, que tento ter tanta empatia, não consigo imaginar como é ser meu amigo. Não entendo como é pra alguém tentar conviver comigo - ainda mais diariamente. Porque pela internet é uma coisa. Diariamente é outra. Nem sempre dá pra traduzir tudo do mundo virtual pro real. Conversando com o pessoal pela internet, eu só digito um monte de coisa. Na vida real, eu quebro o que estiver pela frente num dia muito ruim. 

Com menos de um mês de diário, eu fico assustada em como eu sou instável. Em um determinado dia, eu fui de completamente miserável pra feliz e orgulhosa de mim mesma. "Ah, mas todo mundo passa por isso". Eu não tô falando de mudanças leves de humor. Eu estou falando de "meu deus, eu nunca mais quero sair da cama" pra "meu deus, que dia lindo, eu sou foda, eu sou maravilhosa!". São mudanças muito intensas e que me deixam exausta.

O texto nem era pra ser sobre isso e cá estou eu escrevendo parágrafos enormes... ugh. 

Eu também tenho uma intuição do caralho. Não sei de onde sai isso, não sei qual a explicação científica psicológica biológica pra isso, mas existe. Eu simplesmente sei de certas coisas antes do negócio acontecer. Tem gente que fala que isso é resultado de tudo o que eu concluo com as minhas observações... Mas sei lá. Não tô falando que eu sou vidente, mas daquele sentimento do fundo do meu coração de que vai dar merda ou vai dar certo.

Se eu não vou com a cara de alguém, eu fico com um pé atrás e nem sempre dou espaço pra pessoa entrar. 99,9% das vezes que isso aconteceu, a pessoa me provou por a + b que ela realmente não era confiável. Se eu entro num lugar e começo a me sentir estranha, eu tento ir embora o mais rápido possível. E muitas vezes, descubro que o rolê continuou e deu alguma merda depois. Ou então olho pra alguém e já sei que vai dar certo - e a pessoa me faz um bem danado. No meu atual emprego, eu sabia que tinha conseguido só de conversar por uns dois minutos com minha coordenadora. Algo nela me dizia que a vaga era minha. Lógico que tem vezes que eu caio de cara no chão e erro. Mas eu sei que eu preciso seguir a minha intuição.

Sexta passada, dia 20, fui visitar meu avô. Ele andava com a pressão bastante alta, chegou a ir no hospital algumas vezes... Mas nessa quarta, ele teve o segundo infarto. No momento, ele está na UTI. Talvez amanhã ele vá para a enfermaria, mas vai continuar no hospital por sei lá quanto tempo. Ele precisa fazer (outro) cateterismo, mas o problema é que o contraste pode piorar bastante os rins dele, que já não estão lá grande coisa. Tanto que era pra ele ter feito isso uns meses atrás, mas o cardiologista preferiu não fazer por conta do risco. Agora, não tem jeito. É tentar tratar os rins e proteger pra não dar merda.

Eu não sei explicar o aperto que me dá quando penso no meu vô doente, quando imagino ele sofrendo. Ele sempre foi extremamente carinhoso comigo, uma das únicas pessoas da família que nunca me magoou. Eu sou a única neta dele, e eu fui mimada. Assumo. Não só de presente, mas de carinho. De atenção. Pra vocês terem noção, ele me chama até hoje de "Pérola". (pausa pra abastecer a cantareira com lágrimas). Minhas melhores memórias da infância foram ao lado dele. Engraçado pensar que quando eu tinha uns 10 anos, eu brincava de professora de inglês com ele na lousa que ele comprou pra mim. E eu realmente virei professora de inglês, e amo o que faço.

Hoje fui visitá-lo, e mesmo na cama ele me deu um abraço forte. E eu tenho medo, assumo. Medo do que pode acontecer. O corpo humano é uma caixinha de surpresas. Óbvio que tenho esperanças que vai dar tudo certo, que logo logo ele tá no sofá de casa assistindo leilão de boi Nelore... Mas lembra o que eu disse sobre a minha intuição?

De qualquer jeito, eu não consigo parar de pensar no meu avô. Ele está lá, sozinho, cercado de gente doente, sem comer direito, sem poder se distrair - e só meia hora de visita é tão pouco... O que me conforta é saber que pelo menos tem gente capaz cuidando dele, coisa que nem eu nem minha mãe e minha avó poderíamos fazer. 

Aliás, isso é o que mais machuca: ser impotente. Eu posso rezar, eu posso mandar energias boas... Mas nada disso garante o resultado que eu quero. O que tiver que acontecer - bom ou ruim - vai acontecer. Só me resta lidar com isso... e ser forte. Preciso ser forte pela minha mãe e principalmente pela minha avó - a mais baqueada pela internação do meu avô. Ela tem 78 anos, logo vai precisar fazer cirurgia das cataratas, tem as próprias limitações... E o emocional dela é muito, mas muito frágil. Preciso ser forte pela minha mãe porque ela simplesmente não sabe lidar com a maioria das coisas que acontecem. Ela segue em frente, ela vai e vai, mas ela não consegue entender e de fato crescer. 

Isso me deixa terrivelmente sozinha. Eu preciso ser forte pela minha mãe, pelo meu avô, pela minha avó, pelo meu pai... 

E quem vai ser forte por mim? Eu não aguento tudo isso não.


life is a movie, and there'll never be a sequel. and i'm cool with that, as long as i'm peaceful...



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Minhas 20 personagens favoritas de séries de TV

written by Larissa Rainey at 00:37 0 comentários.

Bom, acredito que quem me conhece sabe que eu sou a pessoa por trás do Falando Sobre Saúde Mental, que ele mudou minha vida, blablabla. Eu amo escrever e pesquisar pra postar lá, mas chega uma hora que cansa falar sobre depressão morte suicídio violência etc etc etc. Olhar uma notícia de "morte e suicídio na conchinchina" e pensar "putz, isso dá pauta pro blog" começou a me deprimir. Então, cá estou, tentando dar um gás pra esse blog tão negligenciado. 
Eu já tinha essa ideia de post faz tempo, mas como eu sou a pior blogayra do mundo, nunca escrevo. Mas cá estou eu, sendo minimamente produtiva.
Desde o ano passado, tenho assistido mais séries de TV do que filmes. De repente eu não estou conseguindo mais ficar presa por uma hora e meia (porém conseguindo fazer maratonas que duram quase o dia todo). Então, taí: uma listinha com as minhas personagens femininas favoritas de séries de TV. Como eu não consigo escolher qual é a minha favorita de todos os tempos, decidi separar por série e em ordem alfabética. Parece justo.
ATENÇÃO: conterá spoilers. 

sábado, 7 de fevereiro de 2015

10 músicas para sambar na cara da sociedade

written by Larissa Rainey at 00:30 2 comentários.

Daí que eu estou no grupo do Rotaroots a um bom tempo já, mas como dá pra perceber, nunca fiz parte das blogagens coletivas nem dos memes, tags... Isso muda HOJE, e com um tema que eu amo: sambar na cara da sociedade. Eu que adoro uma listinha, decidi colocar aqui as 10 músicas que eu mais escuto na hora de me transformar em passista facial.

Na verdade, eu tenho uma playlist no Spotify chamada The Fierceness Within que tem mais de 300 músicas... e o tema é justamente esse: ser fierce, ser forte, superar as coisas. Escolher só dez vai ser meio difícil, mas vamos lá. 

 

Larissa Rainey Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos