quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Montanha russa

written by Larissa Rainey at 22:27
É como uma montanha russa. Quando eu me sento no carrinho, espero uma avalanche de adrenalina e de emoções positivas. A subida começa, e subitamente eu me arrependo de ter pensando em subir naquilo. Sentimento atrás de sentimento, aquele frio na barriga e a ansiedade. Ah, a ansiedade. A amiga traiçoeira de toda pessoa que duvida da própria sanidade diariamente. A ansiedade faz o meu estômago se contorcer, retorcer, para voltar ao formato original e continuar se retorcendo. A cada centímetro que me separa do chão, a ansiedade me mata mais um pouquinho. E eu me odeio por alguns bons minutos, revendo em minha mente os motivos para eu ter resolvido entrar no carrinho. Olho para todos os lados, querendo uma resposta que nunca chega. E eu continuo subindo, subindo, e estou cada vez mais longe do chão. Por que eu insisto em fazer isso comigo mesma? Por que a necessidade diária de me jogar, de ficar exausta de tanto esperar pelas coisas e pelas pessoas? O ódio que sinto por mim mesma é tanto que preciso me torturar com as ferramentas mais meticulosas existentes? Talvez.
E finalmente, o carrinho pára. Eu olho para baixo, e nunca estive tão longe do chão quanto estou agora. A pressão para descer me sufoca até que eu não consiga mais pensar. E é nesse único segundo, que antecede a descida, que eu sou realmente feliz. Livre de todos os meus medos e das minhas expectativas, completamente fora deste mundo. Meu estômago pára de se contorcer, e ao invés disso, é delicadamente invadido por borboletas. 
A corrida acaba e eu volto para o chão, passo a observar a montanha russa e todas as emoções que ela me desperta. E quando eu dou por mim mesma, estou sentada no carrinho novamente. Pronta para uma subida tortuosa e difícil, para apenas um segundo de felicidade.

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