Não se deixe afetar pelo Tom Hanks ali. Sério.
sábado, 28 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
"Sou mais eu"... Será?
Cliquem na foto, não reparem nas minhas unhas e leiam as chamadas para as matérias.
Pois bem, lá estava eu e minha mãe na fila do caixa do supermercado quando parei para observar as revistas. E essa revista em particular me chamou a atenção, talvez pela quantidade de matérias absurdas que ela proporciona. Comentei com a minha mãe o quanto me chateava que a maioria das revistas direcionadas ao público feminino voltava-se a dicas para emagrecer, novelas e sexo. Ela, sempre fofa, disse que eu não gostava porque eu "não era vaidosa". Respondi que ver um belo editorial de moda, bem feito e bem fotografado me interessava muito mais do que dicas absurdas para emagrecer, como se a felicidade só pudesse ser possível com mil quilos a menos. E então, ela me disse algo que me fez refletir. Algo bem óbvio, até. "Existem vários tipos de revista, você lê o que você quer". Ela está certa, afinal de contas eu seleciono o que eu leio. Ao invés de escolher essa revista, preferi comprar a Veja - não porque eu gosto dela, e sim porque a Veja de São Paulo fez uma matéria sobre cursos de dança em São Paulo e como eu pretendo me matricular em um, me interessava.
Muito bem, cada um lê o que lhe interessa, nada mais justo. Mas ainda sim, me preocupa o tipo de mensagem que revistas assim divulgam. Me preocupa o fato de existir uma boa parte da população que acredita nessas mensagens o suficiente para continuarem comprando esse tipo de conteúdo. Me preocupa o fato de que a mulher que está na capa é ressaltada por ter perdido 50 kg, e não a mulher que consegue ganhar 5 mil por mês como cabelereira, mulher essa que teve um pingo de tino para os negócios e conseguiu sair de uma situação financeira complicada. Ela ganha apenas uma minúscula foto no meio da matéria.
E não, eu não considero dinheiro a coisa mais importante. Se sentir bem consigo mesma e deixar de lado hábitos ruins para a saúde também é importantíssimo. As duas mulheres são bem sucedidas, se pensarmos nisso. Mas a que emagreceu e ficou "mais bonita" é a que ganha destaque - destaque esse que a matéria que ela mandou para a revista contando como ela perdeu os 50 kg valeu 1.000 reais, enquanto a das cabelereiras valeu 300 reais.
Fora as mil matérias sobre "como ficar igual a fulaninha da novela". Use a maquiagem não para se expressar, para realçar o rosto e se sentir bem: use pra brilhar igual as protagonistas da novela. Uma matéria que me deu vontade de rir foi a que ensina a usar a alça do sutiã aparecendo igual a Débora, de Avenida Brasil sem parecer vulgar. Mas peraí, sutiã aparecendo não era ridículo e vulgar de qualquer jeito? Então só porque faz parte da caracterização de uma personagem passa a ser considerado legal e passível de imitação? E mais uma coisa: uma mulher realmente precisa que ensinem a ela como usar uma roupa mostrando a alça do sutiã?? Não é uma coisa meio óbvia? Se não for, iluminem minha cabeça.
Uma matéria que é realmente interessante e que não tem chamada nenhuma na capa é a de uma mulher que nasceu sem útero nem canal vaginal por causa de uma síndrome rara, a Síndrome de Rokitansky. Por ser uma situação que muito dificilmente se vê, saber disso e saber como reverter é o tipo de coisa pertinente sobre a saúde feminina. Além disso, existem várias outras portadoras dessa síndrome que fazem parte de uma comunidade virtual e elas se apoiam.
E a matéria com dicas sexuais simplesmente me presenteou com a pérola: "Estava tocando Eguinha Pocotó, e eu me senti a própria". Minha reação foi essa:
Mas agora é o momento no qual eu pergunto a você, leitor/a: esse tipo de conteúdo é realmente nocivo para a sociedade em geral, ou é inofensivo e eu que tô exagerando e deveria ir caçar o que fazer? Afinal de contas, se as pessoas compram revistas como essas, é porque o conteúdo é relevante de certa maneira. Entretanto, cultivar esse tipo de interesses pode impedir que a sociedade evolua? Por que a mulher empreendedora tem menos espaço que a mulher que celebra seu corpo e sua autoestima? Veja bem, não quero atacar a mulher que celebra seu corpo - pelo contrário. Se todo mundo fosse mais satisfeito com seu corpo e não tivesse vergonha dele, as coisas seriam mais bem resolvidas - e me coloco nessa categoria. Mas por que as duas mulheres não podem ficar no mesmo patamar? Não somos todas mulheres? Por que as revistas focadas no público feminino selecionam sempre os mesmos conteúdos? Pergunto isso não por acreditar que sou um floquinho de neve especial, e sim porque acredito que as mulheres em geral são muito mais complexas do que isso. Por que ao selecionar conteúdo específico para um gênero, são sempre os mesmos conteúdos?
Termino o post com um apelo: se alguém conhece uma revista feminina que tenha conteúdo diferenciado, favor mandar nos comentários ou falar comigo no twitter. Preciso de uma leve esperança no mundo.
E ah, um PS: falo especificamente sobre as mulheres porque... er... claramente eu sou uma mulher. Mas aceito a opinião dos homens sobre isso.
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quarta-feira, 25 de julho de 2012
25 de julho, dia do Escritor.
No dia 25 de julho de 1960, após a realização do primeiro Festival do Escritor Brasileiro, promovido pela União Brasileira de Escritores – tendo João Peregrino Júnior na presidência, e Jorge Amado, como vice-presidente - foi criado o Dia do Escritor. (fonte)
Eu me lembro vagamente de quando comecei a ler. Eu nem tinha feito 5 anos ainda, e tinha acabado de entrar na escola. Mas lembro de uma coisa engraçada - quando minha professora chamou minha mãe para dizer a ela que eu tinha aprendido a ler sozinha, sem qualquer ajuda dela, minha mãe achou que era memória fotográfica. Desde pequena eu observava os outdoors nas ruas e fazia a conexão entre outdoor/marca.
Também me lembro do primeiro livro que ganhei. Chama-se "Bruma", e conta a história de uma estrelinha que viaja pela Via Láctea fazendo compras, para se bronzear; cansara de ser prateada. Eu li tantas vezes esse livro que ele começou a se despedaçar, como a criança fina e cuidadosa que eu sempre fui.
Não entendo até hoje porque me interessei pela leitura desde cedo. Quando eu era pequena, eu era extrovertida e cheia de amigos - e nenhum deles lia. Todos odiavam ler. Mas eu não, meu quarto era cheio de livros e gibis da Turma da Mônica. Quanto mais eu lia, mais eu queria ler. Em 1999, creio eu, eu comecei a ler Harry Potter - um dos meus primeiros livros que usava palavras "grandes". Acho que com Harry Potter eu realmente tomei mais gosto ainda pela leitura, mesmo tendo que olhar no dicionário certas palavras (não finja que você sabia com 7 anos o significado de "demasiado" sem antes olhar no dicionário) e não sabendo pronunciar corretamente a maioria dos nomes dos personagens (Dumbledore mandou beijo).
Sabe aquela história clichê de "os livros formaram o que eu sou hoje"? Então. Se eu nunca tivesse gostado de ler, minha vida teria sido bem diferente. Talvez eu não conseguiria imaginar e sonhar e questionar o que acontece à minha volta. Ou até conseguiria, mas não com a força que eu tenho hoje.
Não li metade do que gostaria de ter lido, isso é fato. Existem mil autores cujas obras me interessam e por vários motivos ainda não li, mas um dia eu chego lá. Mas hoje, especialmente hoje, gostaria de deixar aqui registrado meus agradecimentos a todos aqueles que criaram mundos fantásticos ou retrataram a vida como ela é; aqueles que moldam as palavras para criar algo maravilhoso que durará para sempre.
Muito obrigada: Sir William Shakespeare, J.K Rowling, T.H White, Lewis Carroll, , Machado de Assis, Douglas Adams, Alexandre Soares Silva, Bram Stoker, Stieg Larsson, Mário Prata, Neil Gaiman, Jack Kerouac, Virginia goddess Woolf, Emily Brontë, Agatha Christie, Gustave Flaubert, Álvares de Azevedo, D.H. Lawrence, Suzanne Collins, Hunter S. Thompson, Friedrich Nietzsche, Charles Dickens, Marion Zimmer Bradley, Stephen King, Jane Austen, Sidney Sheldon, Woody Allen, Dostoiévski, Vladimir Nabokov, Voltaire, Geoffrey Chaucer, Sir Arthur Conan Doyle, C.S Lewis, Sylvia Plath, George liferuiner filho da puta R. R Martin e muitos outros cujo nome eu esqueci ou cujas obras ainda não li.
E já que estamos falando sobre escritores e livros, convido você a ler os rascunhos do livro que eu estou escrevendo: The Wandering Children. Tenho falado sobre ele por um bom tempo no twitter, e o tumblr estava protegido com senha para alguns beta readers lerem, mas aí eu pensei: "hm.... why not?". Sintam-se livres para mandarem uma mensagem por lá, ou mandarem alguma foto relacionada. Ainda não coloquei a sinopse, mas acreditem no que eu digo: a porra vai ficar séria. E ah, estou escrevendo em inglês porque eu simplesmente não consegui escrever em inglês, mas pretendo traduzir assim que eu terminar tudo.
Feliz dia do Escritor pra vocês. ♥
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segunda-feira, 23 de julho de 2012
Marina & The Diamonds - Electra Heart
Tudo bem que o álbum foi lançado no final de abril e estou escrevendo sobre ele no final de julho, mas um blog atualizado é mainstream demais... E atenção: esse post é enorme.
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Música
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Corsets e ambição
Homens e mulheres entrelaçados como fios de lã de um novelo particularmente embaraçado... A ambição toca sua interminável música, ensurdecendo os ouvidos vaidosos de quem a escuta atentamente, com coração vulnerável e olhos vazios. Sapatos brilhantes e tecidos luxuosos, argumentos impecáveis e palavras realmente grandes, embelezando o significado máximo da ganância.
Todos querem poder. Poder de gastar o que quiser, ter o que desejar, amar escondido, mandar no outro, destruir vilas inteiras para construírem espaços de lazer sob medida. O dinheiro há muito deixou de ser um pedaço de papel que os alimentam. Este foi imbutido de uma nova importância, tornou-se vício, jamais virtude. Homens trocam suas amantes por notas de cem; beijam-nas, sussurram poemas de amor verdadeiro a elas, se sujam de mil cores proibidas para conseguir tocá-las por mais tempo.
Eu quero dinheiro. Seria uma mentirosa negando-o. Também quero beijar notas de cem, pois elas me comprariam os corsets mais belos para apertarem a minha silhueta; as meias finas mais bonitas e diferentes; os sapatos mais altos e personalizados; as viagem mais exóticas e maravilhosas que eu jamais imaginei. Com milhões de notas de cem, eu teria uma biblioteca fantástica, com milhões de livros que me acompanhassem dia e noite; meus companheiros incansáveis. Com milhões de notas de cem, eu faria com que os meus humanos favoritos me notassem e me amassem com energia inesgotável.
Mas não me interesso pelo jogo de ambição que as pessoas pretendem que eu jogue. Relações mecanizadas são a maior forma de perder tempo, e já que decidi viver também decidi que meu tempo é precioso demais para isto. Prefiro ter poucas notas de cem, nenhum corset, meias baratas, sapatos comuns, viagens casuais, pegar livros emprestados da biblioteca pública e ser eternamente solitária do que deixar que alguns homens poderosos se aproveitem da minha ambição.
Que minha ambição seja medida em caracteres, livros, frases e personagens, não em esquemas e trapaças. Que o meu dinheiro venha do meu próprio esforço, e de nenhum outro lugar. Que minha corrupção seja medida em lençóis, não em tribunais.
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