sábado, 28 de julho de 2012

Tão Forte e Tão Perto

written by Larissa Rainey at 21:21
Não se deixe afetar pelo Tom Hanks ali. Sério.
"Tão Forte e Tão Perto" é um filme de 2011 baseado no livro homônimo de Jonathan Safran Foer. Antes de saber qualquer coisa sobre ele, ignorei-o por ter um elenco que, num primeiro momento, não me chamava a atenção. Até que um dia desses encontrei o dvd em casa, comprado pela minha mãe - que comprou justamente por causa da Sandra Bullock. Resolvi assistir.
A história é narrada por Oskar Schell, um menino de nove anos. Mas veja bem, ele não é um menino qualquer. Ele é extremamente inteligente, bem articulado, cheio de peculiaridades e mantém um ótimo relacionamento com o pai, o joalheiro Thomas (interpretado pelo Tom Hanks). 
Thomas estimula a criatividade e a inteligência do filho, sempre o instigando a investigar as coisas. A relação dos dois chamou muito a minha atenção, pois ele tem uma sensibilidade para detectar os gostos e reações do filho que é incomum. Ele cria para Oskar a "Reconnaissance Expedition", uma busca por Nova York para encontrar objetos de séculos passados. Fiquei com inveja? Sim, muita.
Agora imagine a reação do menino Oskar quando seu pai morre durante os atentados de 11 de setembro.
O que é realmente fantástico no filme é a maneira com que Oskar narra os próprios sentimentos - e aí, todos os prêmios do universo para o ator mirim Thomas Horn, que simplesmente acaba com o seu emocional com sua atuação madura e precisa. Eu dificilmente choro em filmes, mas essa cena na qual Oskar confronta sua mãe sobre a morte de seu pai e como as coisas não fazem sentido fez com que eu chorasse horrores. Talvez nem pela situação em si, mas pelo diálogo muito bem construído, emocionante, o desespero "crescido" de Oskar, a maneira com que ele argumenta seu próprio sofrimento, o entorpecimento da mãe... 
Ok, voltando a falar sobre o enredo. Um ano após a morte do seu pai - "o pior dia", como Oskar chama - ele reúne coragem para entrar no quarto do pai. Mexendo e vasculhando as coisas, Oskar acaba quebrando um vaso azul - e nele, contém uma chave. Ele, então, resolve sair para descobrir a fechadura da chave. A primeira pista é o sobrenome "Black". Oskar procura na lista telefônica todas as pessoas com o sobrenome Black, faz mapas e divide a cidade de Nova York por áreas, e bate de porta em porta perguntando sobre a chave e sobre seu pai.
Oskar faz isso não apenas por ser curioso - e sim porque ele acredita que nessa busca, ficará  mais perto de seu pai. Ele conhece várias pessoas, e descobre que cada uma possui uma história e hábitos diferentes. E é a jornada de Oskar por Nova York, desafiando seus  medos e peculiaridades, conhecendo pessoas que ele jamais pensaria que conheceria, e as inúmeras tentativas de conviver com a falta do pai é o que faz de "Tão Forte e Tão Perto" um filme maravilhoso, emocionante, sensível e que me fez soluçar de tanto chorar.
Se eu ainda não te convenci de ver esse filme: quem dirige é o Stephen Daldry, o diretor de Billy Elliot, As Horas e O Leitor. Depois que descobri esse fato, minha choradeira se tornou completamente justificável e compreensível.

E finalizando com um PS cheio de spoiler (seleciona o texto pra ler, caso você queira): A cena do pai do Thomas ouvindo a voz do filho justamente nas mensagens que ele deixa durante o atentado às Torres Gêmeas me matou do coração para todo o sempre. Fuck Bambi, isso sim é cena pra chorar: ouvir a voz do filho pela primeira e única vez durante um atentado que tira a vida dele.

Agora vocês me dêem licença, tenho um encontro com meus lencinhos de bolso nesse momento.


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