quinta-feira, 7 de julho de 2011

Review: A morte lhe cai bem (1992)

written by Larissa Rainey at 21:29

Se você assistiu “Meninas Malvadas” e achou que era o filme definitivo sobre brigas entre mulheres, volte um pouco mais no tempo. Duas palavras definem bem esse filme de 1992: “bitch fight”. Meryl Streep é Madeline Ashton, uma atriz que tenta alcançar o estrelato na Broadway de 1978. Já Goldie Hawn é Helen Sharp, uma escritora que também tenta sucesso em sua carreira. Helen é noiva do cirurgião plástico Ernest Menville (interpretado por Bruce Willis), que possui certa notoriedade. Ernest encanta-se com Madeline e logo casa-se com ela, deixando a pobre Helen sozinha. Não é a primeira vez que Madeline rouba um homem de Helen, e a separação de Ernest a deixa desolada.
Sete anos depois, Helen está solteira, com vários quilos a mais, morando num apartamento bagunçado e assistindo TV o dia inteiro. Ela é despejada e a mandam direto para um manicômio. Após interpretar errado o que a terapeuta lhe diz, Helen tem um insight e decide de uma vez por todas se vingar de Madeline.
                Avançando mais sete anos na história, vemos então o que ocorreu após o casamento de Madeline e Ernest: ela se tornou uma atriz de sucesso, enquanto a carreira de Ernest declinou e ele agora trabalha como maquiador de cadáveres, enquanto usa a bebida como válvula de escape. Madeline é vaidosa ao extremo e tenta de qualquer maneira ficar mais jovem. O relacionamento entre o casal é péssimo: eles não dormem juntos e ele se refere a ela como “coisa”. Até que eles recebem um convite de Helen – para que compareçam a noite de autógrafos de seu mais novo livro ironicamente intitulado “Eternamente Jovem”.  Madeline vai até uma clínica estética para parecer mais bonita que a rival, e após discutir com uma funcionária, ela recebe um cartão de um funcionário com o endereço de uma mulher que “ajudaria” em seu problema. Ela dá as costas e vai para a festa.
                Na noite de autógrafos, Madeline espera ver a antiga amiga com apenas alguns quilos a mais, e se espanta quando vê Helen estonteante e recebendo todas as atenções. Morrendo de inveja, cumprimenta a amiga – que diz não a culpar pelo o que aconteceu, e que Ernest era o culpado. Quando Madeline se afasta, ela vê Helen e Ernest conversando em um lugar afastado. Ficando estressada e se corroendo de inveja, ela pega o carro e vai embora. Helen assegura a Ernest que não está magoada com ele, pois sabe que Madeline o seduziu.
                Helen está disposta a fazer de tudo para destruir Madeline e ficar com Ernest – e Madeline está disposta a mostrar para Helen que ela ganha sempre, não importa o que custar. E essa não é apenas uma briga entre duas mulheres que se detestam e querem provar que uma é melhor que a outra. Fugindo do clichê, “A morte lhe cai bem” é um filme cômico e levemente mórbido. A interpretação de Meryl está engraçadíssima, mas quem se destaca, no final, é Bruce Willis, interpretando um Ernest completamente surtado após ver até que ponto as duas chegaram para se superarem. É essa a graça do filme – observar cuidadosamente os planos extremistas de Helen e Madeline. Haja planos... E poções de procedência duvidosa.

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