Mapa tosquinho desenhado hoje.
Eu comecei a fazer uma edição do Musique, com músicas que me inspiram. Mas não deu. Minha cabeça está cheia de mil coisas e eu preciso escrever sobre elas, para clarear a cabeça. Uma parte de mim diz que eu não deveria postar isso... outra diz que eu preciso de conforto alheio. Enfim, sinta-se livre para julgar a minha cabeça neste momento.
Poderia dizer que eu tenho um sonho, mas até aí todo mundo tem. Mas o sonho dos outros não importa muito neste momento. O meu sonho é poder dizer que sou escritora. Não apenas escrever coisas aleatórias em um blog, mas sim escrever livros. Eu quero encantar as pessoas com as minhas palavras, com os meus personagens. Quero gente me xingando porque matei o personagem favorito delas, quero pessoas chorando com as cenas que eu escrevo. Ter o poder de evocar sensações nos leitores é o único poder que eu quero em minhas mãos.
Mas nem tudo é fácil. Quantos mil contos eu comecei e nunca terminei? Quantos mil personagens foram ignorados? Marine Carsoux, Victoria Flaherty, Amelia Thompson, Mishkin, são algumas das pessoas que habitaram a minha cabeça por um tempo, desesperadas para contarem suas histórias para mim... mas foram embora, porque me esqueci delas. Não conseguia continuar, seja por falta de tempo, inspiração, vontade ou até medo dos pesadelos que elas me traziam.
Katharine Cassidy, Victoria e Tristan são diferentes. Uma história que deveria ser curta e com foco psicológico se tornou material o suficiente para virar livro. E talvez com um pouco de confiança, ambição e amor por eles eu decidi que escreveria a história deles. A ponto de eu me animar com cada palavra boa de quem leu os rascunhos, a ponto de eu estar louca para continuar a escrever porque o que a minha mente anda criando me orgulha. Realmente, eu tenho orgulho do que está nos meus cadernos, nas folhas de almaço usadas, no pdf de 25 páginas. Tenho orgulho das anotações, do roteiro que cada vez mais toma forma, do mapinha tosco que desenhei para ter alguma noção da rota das minhas crianças. Sim, minhas crianças... parece coisa de gente maluca, mas cada vez mais eu os sinto perto de mim. Tomando conta de mim. Protegendo algo precioso que nem eu consigo proteger. É, realmente... uma maluquice completa.
Hoje, durante um ímpeto de raiva por motivos que não convém serem citados, rasguei três páginas de um novo capítulo do livro. Tudo bem que quando eu fosse passá-lo para o computador, iria mudar totalmente o conteúdo - então não perdi nada. Mas depois que a raiva passou, senti luto por aquelas folhas dilaceradas. Eu pensei seriamente em desistir, em abandonar o que tinha criado com tanto trabalho simplesmente por não ter espaço para escrever. Pelo fato de ficar na frente do computador ou com caderno em mãos, incomodo certas pessoas.
Mas calma... não sou eu a que mais fala para fazermos o que queremos e dane-se os outros? Onde ficou essa atitude durante o dia de hoje? Abandonar as minhas crianças é abandonar o meu sonho, o meu objetivo, a minha tentativa de me sentir maior que mim mesma. É uma necessidade física terminar esse livro, contar a história dessas crianças. Eu preciso disso, caso contrário vou me perder de vez. Não por fama nem dinheiro. Eu quero terminar algo. Eu necessito dessa satisfação. Para eu poder dizer a mim mesma que fiz algo com amor incondicional, pelo menos uma vez na vida.
Se o livro vai ficar bom? Não sei. Se eu escrevo bem? Também não sei, e até aí opiniões são coisas subjetivas demais.
Pelo menos eu vou continuar tentando.
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