domingo, 1 de setembro de 2013

#25 - Bonecas Infláveis

written by Larissa Rainey at 21:32

Não pode ser santa, mas também não pode ser puta. Se for iniciante não tem graça, mas se formos experientes  vão tirar o máximo proveito até jogarem nosso passado na nossa cara. Damos mais prazer, mas valemos menos. Vão gritar de prazer e vão gritar seu menosprezo por nós.
Não podemos ser burras nem fúteis - mas se falarmos com propriedade sobre algo, querem desqualificar nosso estudo. O nosso vocabulário tem que ser bom o suficiente para poderem nos exibir para os amigos. Esqueça controvérsias, não aponte os erros deles. Nossa inteligência deve ter o mesmo rumo que o deles - mas sempre um tiquinho inferior. Falsa modéstia é essencial.
Somos objetos de decoração e portanto devemos estar sempre impecáveis - unhas feitas (mas clarinhas, nada de vermelho-puta, preto-gótico e verde-vômito), cabelo alisado, corpo em dia, maquiagem natural. Caso contrário, o homem que temos pode procurar outra. Você não é humana, seus humores e vontades não são levados em consideração. Não ouse ser gorda, não ouse ter cabelo curto - se a sua aparência não tem o potencial de agradá-lo, melhor procurar outro caminho.
Amigo, quer uma sugestão?
Compre uma boneca inflável. Ela ficará quieta, estará sempre bonita e disposta a atender todos os seus desejos. Ela não ficará doente, não terá ciúmes e você não precisará se preocupar com o passado dela.
Não procure bonecas infláveis no corpo e na alma das mulheres.

1 comentários.:

uriel alexis on 28 de janeiro de 2014 às 17:18 disse...

me lembrou essa passagem

"As mulheres são avisadas sobre os perigos de espaços públicos lotados como metrôs, festas, ou shows enquanto simultaneamente são alertadas sobre os pertigos de espaços vazios, isolados ou privados como estacionamentos, becos, campos abertos, ou a casa ou o carro de um homem. Os duplos vínculos idealizam tanto o espaço público quanto o espaço privado, estar tanto sozinha quanto acompanhada, como permeados por um grau maior ou menor de perigo; em última análise, o único espaço idealizado como “seguro” é o espaço protegido por homens. E a confiabilidade da proteção masculina está intimamente ligada a conexões pessoais com homens, dentro de um conjunto limitado de relacionamentos muito específicos e estruturados - normalmente ou autoridade paternal, ou proteção marital, ou disponibilidade heterossexual"

desse texto: http://liberacaohumana.tumblr.com/post/74011152655/mulheres-e-o-punho-invisivel-como-a-violencia-contra

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