Ou fogem de mim, ou correm pelas minhas veias e contaminam o meu sistema.
Esse é o meu relacionamento mais sério, o meu amor mais profundo, a minha luxúria lancinante.
Nada me incomoda mais do que me sentir incapaz de escrever.
Tenho mil amores dentro de mim - mas prefiro morrer do que dizê-los em voz alta, a quem esses amores interessam.Tenho mil berros presos na minha garganta que jamais verão a luz do sol.
Acumulo tristezas, cansaços e solidões. Mas também acumulo gargalhadas e um punhando de coisas boas.
Eu preciso rearranjar as letras do alfabeto para me sentir alguém. Eu preciso soltar as amarras da minha imaginação para conviver com a realidade.
Minha mente trava, se fecha, não consegue fazer mais nada. Faço conexões com personagens que nunca abandonaram meu imaginário - eles precisam ser escritos. Minhas crianças precisam ver a luz do dia. Eu tenho histórias, e devo contá-las.
A obrigação sempre mata a imaginação.
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