"Agora, vejo Deus como um escritor de livros populares sem imaginação, alguém que constrói histórias de enredos sádicos e sem graça, narrativas que só existem para expressar Seu horror pelo poder que as mulheres têm de escolher a quem amar e como, de redefinir o amor como acham melhor, não como Deus acha que deve ser. (...) O Diabo é acima de tudo um crítico literário, que atira esse impostor sem talento à retaliação pública que Ele merece." pg. 192
Uma coisa que sempre me incomoda é como livros são pouco discutidos nesse blog. Tudo bem que eu tenho vários rascunhos aqui sobre livros que precisam ser terminados, mas taí uma das metas pra ano que vem: mais literatura!
Enfim, vamos à resenha. "O Pacto", escrito por Joe Hill, foi empréstimo de uma amiga minha da faculdade. Comecei a ler no mesmo dia, só não terminei mais rápido por questões de tempo.
Ig Perrish é um cara que sempre teve tudo: família bem relacionada, vários amigos, uma carreira promissora, e o amor de sua vida, a linda (e ruiva) Merrin Williams. Tudo ia bem, até que Merrin é brutalmente assassinada e estuprada. Ig é o principal suspeito de ter cometido essa atrocidade.
A história começa um ano depois da morte de Merrin. Ig fica absurdamente bêbado em uma noite qualquer, e acorda com dois chifres em sua testa. Mas não são apenas chifres, que latejam dolorosamente. Eles dão a Ig o poder de escutar os segredos mais sórdidos de cada um... o que faz com que ele descubra quem matou sua amada.
O começo do livro é de tirar o fôlego: o livro não tem longas descrições, é seco e vai direto ao ponto. Enquanto Ig descobre seu "demônio interior", ele também descobre que as pessoas ao seu redor são falsas e nem um pouco confiáveis. Joe Hill também faz ótimo uso de flashbacks sem que eles se tornem cansativos - conhecer a adolescência de Ig e Merrin, como eles se conheceram, o início da amizade inabalável entre Ig e Lee Tourneau e a relação de Ig com Terry, seu irmão.
Além de um enredo muito bem escrito e muito bem fechado, vale destacar a grande discussão sobre religiosidade que permeia todo o livro. O principal argumento do livro é algo já batido, entretanto ainda muito pertinente: como as pessoas que glorificam Deus podem ser mais sórdidas do que o próprio Diabo. Isso é exposto sem rodeios ou eufemismos: a escrita de Joe é bem clara.
E em 2013, será lançada a adaptação do livro para o cinema! O papel de Ig ficou para o Daniel Radcliffe (e eu torci o nariz um pouco, apesar de confiar nas habilidades do Dan) e Merrin será interpretada por Juno Temple. O diretor é o Alexandre Aja, o que me deixa com um leve medo, já que o último filme que ele dirigiu foi "Piranha".
fotos retiradas do Cinema em Cena
Agora é esperar pra ver se a adaptação fará jus ao livro. E ah, um PS: Joe Hill é apenas filho do Stephen King, o que explica muita coisa.
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