segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

I

written by Larissa Rainey at 13:03 0 comentários.

Como os humanos que fomos, somos e seremos
Humanos imperfeitos, maliciosos e desesperados
Procuramos a perfeição, mesmo que isto nos custe a vida.
Mas para ser completamente franca em meus devaneios,
Após muito observar as relações humanas e pouco entendê-las,
Chego à conclusão de que a vida não vale muito se comparada à perfeição.
E antes que me julgues pela minha conclusão, peço um pouco do teu tempo
Para argumentar meu simples ponto de vista.
Reis e soldados já exterminaram milhões apenas para que o mundo
Ah, o mundo, esse grande palco de tolos,
Ficasse purificado de raças inferiores, imundas e que não compartilhassem
O mesmo senso de moral que eles.
Quantas mulheres já foram descartadas pelos homens que amaram
Por não atingirem o grau de modéstia ou beleza por eles desejado?
Quantos homens sentiram seu coração endurecer de decepção
Por não serem considerados bons o suficiente por suas amadas?
Mesmo que o amor fosse o mais puro com as intenções mais nobres,
A busca pela perfeição continua a calejar corações arrebatados.
Quantos filhos já não choraram, desesperados,
Após ouvirem o quanto são inapropriados pelos próprios pais?
É por isso que afirmo, e sempre afirmarei
Que na constante luta entre vida e perfeição, a perfeição sempre ganhará
Pois se existe a possibilidade de possuir algo perfeito,
Nosso primeiro instinto é abandonar as imperfeições que estão em nossas mãos
Para ficarmos livres para tocar o perfeito, o puro e o nobre.
Mas o que nós, inocentes tolos desesperados por algo maior , esquecemos
É que a perfeição é justamente o que é – perfeita
E se ela é tão perfeita e nobre e pura, por que haveria de se misturar conosco?
Por que ela deixaria que nós, imundos e imperfeitos, a tocássemos?
A perfeição tem como instinto, abandonar as imperfeições que a cerca
Por isso é intocável. Por isso é impossível.
Por isso é perfeita.
 

Larissa Rainey Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos