sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Esse não é um post sentimental.

written by Larissa Rainey at 21:57 3 comentários.
Pensei muito sobre a realização deste post. Primeiramente, eu queria muito falar sobre o ano de 2011. Depois, achei que não haveria necessidade, já que a idéia deste blog expandiu e não serve unicamente para desabafos. Mas então, pensei que querendo ou não, esse blog não tem tema fixo - não é sobre cinema, nem sobre música, nem sobre comportamento. Por que não?
E então fui obrigada a me confrontar com as palavras. Eu sempre lutei contra e com as palavras, elas me amam e me odeiam. Mas 2011 teve uma coisa boa - consegui superar um pouco meu bloqueio. Escrevi muito mais neste ano do que ano passado - a maioria, lixos impublicáveis. Estou um pouco mais confiante com a minha escrita, só preciso aprender a revisar e a terminar o que escrevo. Mas sobre o que eu escreveria neste post? Sobre a tempestade de dor, decepção, impotência, ódio, mágoa e tristeza que foi? Sobre como eu quase fui embora, definitivamente? Não! Eu não quero falar sobre tais coisas. Não quero evocar todos aqueles sentimentos novamente, ter experimentado cada um deles foi o suficiente. Não quero escrever sobre como o meu ano foi um lixo. Até porque, não quero mais que as pessoas saibam o que existem dentro de mim de maneira crua. Não quero mais enumerar fatos. Se eu for falar sobre as minhas profundezas, que seja de maneira solene e bela... e não me descabelando, como se eu estivesse num programa ao vivo ruim.
Pensei, então, em fazer um post engraçado, tirando sarro de tudo. Não consigo encarar tudo com humor, e não consegui escrever nada.
Então eu não vou sobre as coisas ruins. Vou falar sobre aprendizado e renascimento.
Esse ano eu aprendi uma coisa valiosíssima. Pra ser sincera, eu aprendi isso no final de novembro - mas foi algo que estava dormindo em mim e que finalmente acordou.
Seguinte: a vida é uma merda. As pessoas vão pisar em você, vão tentar te destruir, vão te colocar pra baixo, vão gritar na sua orelha dizendo que você é uma desgraçada ingrata que não merece nada, um monte de lixo que só serve pra ficar no computador. E as bocas que vão falar tais coisas são as pessoas que você menos esperava, as pessoas que mais deveriam te apoiar. O mundo é selvagem, todo mundo pisa em todo mundo, querem mais é que você se dane. 
Mas, ao mesmo tempo que a vida é esse grande festival de merda no ventilador, a vida é uma coisa impossível e contraditória. A vida coloca vinte e cinco pessoas para te destruir, mas sempre coloca uma pessoa para ajudar a te construir. Vai ter gente pisando em você? Claro. Mas tem sempre alguém disposto a te dar uma mão. Tem sempre alguém disposto a te abraçar, tem sempre alguém disposto a ser gentil e amável. Tem sempre alguém ali, disposto a dizer o quão lindo você realmente é, e pra te ajudar a se reerguer. 
Esse é um dos pontos altos do meu 2011. Eu parei para pereceber que tem um monte de pessoas torcendo por mim, para que eu me liberte e seja feliz. E a torcida a favor é bem maior que a torcida contra. Claro que isso não significa que você tenha que ficar sentadinho que todos vão te ajudar - não é isso. É usar esse amor pra ficar cada vez mais forte, pra crescer, pra evoluir. E eu tenho muita sorte de ter pessoas maravilhosas ao meu lado. Eu, infelizmente, vejo todas essas pessoas com menos frequência do que eu gostaria, mas taí uma das coisas que eu quero que mude em 2012. Claro que eu jamais vou ter los cojones pra dizer todas as coisas que eu gostaria pessoalmente, mas enfim... Se não fosse por cada uma dessas pessoas, por cada palavra gentil e amável, eu nunca teria conseguido me reerguer lentamente e apreciar esse papelzinho imundo e cheio de merda que é a vida. Se não fosse por vocês, por cada vez que vocês me fizeram rir, por cada coisinha, não teria mais Larissa pra continuar a história. 
Claro que esse processo de renascimento é lento (ainda mais comigo) e é quase impossível quebrar velhos hábitos e velhos medos... Mas eu posso dizer com segurança que eu sou uma pessoa infinitamente mais concentrada e feliz por saber que eu tenho a chave pra mudar todas as coisas que não gosto na minha situação atual. Eu pensava, com toda a certeza, que isso jamais iria mudar... Penso diferente, ainda bem.
Não vou dar nomes, vocês sabem quem vocês são.

Um feliz 2012 pra vocês, porque são todos lindos e merecem tudo de bom que existe. 



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive)

written by Larissa Rainey at 21:42 2 comentários.
Nem é o pôster do filme, mas a foto tá perigosa e bonita então vai essa mesmo. Laura Harring, David Lynch e Naomi Watts

Vou ser sincera: quando comecei a assistir Cidade dos Sonhos, achei que seria mais um daqueles filmes superestimados que todo mundo diz adorar. Mas eu provei do meu veneno e, uma hora de filme depois, fui cativada completamente. E sendo sincera novamente, adoro provar do meu veneno no que se refere à filmes. 
Betty (Naomi Watts) é uma atriz iniciante que se muda de Ontário para Los Angeles, na casa de sua tia. Em seu primeiro dia na nova e excitante cidade, ela encontra Rita no banheiro da casa - acreditando que Rita era uma amiga de sua tia. Mas Rita (Laura Harring) é uma mulher misteriosa que, após um acidente na Mulholland Drive, perde sua memória. Betty, irritantemente solícita, decide ajudar Rita a descobrir quem ela é. Procurando por pistas, Betty e Rita se perdem num mundo de detalhes, sonhos e ilusões que levam a três pontos comuns: uma enigmática caixa azul, o aterrorizante teatro Silencio e o diretor Adam Kesher (Justin Theroux). E não é relevante pra trama, mas o Adam acaba sendo traído pela esposa com o pai da Hannah Montana e enfurecido, pinta de rosa todas as suas jóias. (Larissa, apontando coisas irrelevantes desde 1992).

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ator da Semana: Alexander Skarsgård

written by Larissa Rainey at 23:20 1 comentários.
Pois é, agora o Inside the Secret Window (Janelinha Secreta pros íntimos) tem uma coluna semanal. Toda semana eu vou escrever sobre algum ator/atriz que eu gosto e recomendar alguns filmes ou séries deles. E pra começar com chave de diamante sueca, o escolhido dessa semana é o Alexander Skarsgård.

Pega um leque, começa a se abanar e vem comigo.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Cinco centavos

written by Larissa Rainey at 23:34 1 comentários.
Já parou para pensar como nenhuma das coisas que pensamos ser relevantes são realmente importantes?
Estamos aqui, cada qual com seus dramas particulares. Em agonia, reclamando, ou então tentando nos aperfeiçoar. Aquilo não está bom, aquilo tem que melhorar, aquilo tem que parar de existir. Todo ano, todo santo ano, fazemos promessas a nós mesmos. Promessas cuja maioria não será cumprida. Perder peso, ser menos tímida, aprender a dirigir, arranjar um emprego, aprender a cozinhar, ser mais bem humorada...
Será que todas essas coisas realmente são importantes? Até que ponto eu preciso cortar partes de mim mesma para ser uma 'eu' melhor? Até que ponto eu tenho que mudar pra conviver com as pessoas? 
Eu quero um dvd novo, um iPhone, uma máquina fotográfica, um iMac, um carro, roupas e sapatos novos, brincos novos. Eu quero ir pra Irlanda, quero ir pra França, quero ir pra Nova York.
Minha vida em família é conturbada, minha vida amorosa inexistente, minha vida social um deserto. 
Será que é realmente isso que importa?
Será que pensar em todas essas coisas é perda de tempo? Afinal de contas, quem eu sou no mundo? 
Mas de que mundo eu estou falando? Do mundo-mundo, mundo gigante, ou do mundo das pessoas ao meu redor? Quem eu sou no mundo dessas pessoas? Eu sempre parei para pensar sobre o que as pessoas falam quando eu não estou lá. Não porque eu quero agradar todo mundo, mas simplesmente pra saber o que elas pensam. Será que elas percebem coisas em mim que eu não percebo? Será que a minha falta de sorriso - por causa da timidez - está sendo interpretada como mau humor?
E novamente, não estou perdendo meu tempo pensando em tudo isso? Será que a gente não gasta tempo demais pensando, confabulando, queimando neurônio à toa? 
Hoje eu parei para pensar, e percebi que na verdade, eu não sou nada.
Não digo isso para me diminuir. Nós só somos alguma coisa para nós mesmos e para as pessoas ao nosso redor, porque o resto do mundo está pouco se lixando. Se você deixar, as pessoas vão pisar em você, as ondas vão te engolir, a areia vai te enterrar e o vento vai levar os seus restos por aí...

Somos seres minúsculos com mania de grandeza. E é por isso que levamos cada questionamento nosso tão a sério...

by liquidsunnyday @ deviantArt

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Top 10 - Momentos Natalinos Deselegantes

written by Larissa Rainey at 22:23 1 comentários.
Tá chegando aquela época que faz qualquer pessoa dar aquele sorrisinho amarelo: o Natal. Data de comemorar a vida em família, o amor, a liberdade, a igualdade, a fraternidade, quase uma Revolução Francesa. Ou aquela data que é só mais uma desculpa pra liberar a louca consumista que existe em todos nós e pra comer feito uma desvairada.  Mas como qualquer data que envolve família e seus adoráveis clichês, decidi compilar uma lista rápida de momentos deselegantes e desagradáveis que sempre acontecem quando alguém bota o peru na mesa.



Sandrinha, vem comigo nadar nesse límpido aquário de deselegância. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sobre expectativas e papéis na sociedade

written by Larissa Rainey at 16:45 4 comentários.

Eu já falei sobre isso a um tempinho atrás, bem no início do blog. Mas decidi retomar este assunto, com uma mente um pouco mais madura e crítica.
Enquanto eu estava assistindo TV, de olho machucado, inchado e dolorido, parei para prestar atenção nas propagandas de brinquedos infantis. A diferença entre os brinquedos feitos para as meninas e os brinquedos para os meninos é assustadora. Fiquei surpresa ao ver um comercial com uma menina de no máximo 10 anos carregando uma boneca no colo e se autoproclamando mamãe. Colocam na cabeça de toda menina, desde sempre, que um dia ela terá filhos e que ela será mamãe e cuidará da casa. Também colocam na nossa cabeça que devemos estar sempre lindas e impecáveis. Que devemos aspirar à realeza. 
Já os meninos... eles precisam ser másculos. Altos, fortes, prontos para salvar o mundo em qualquer circunstância. Os meninos podem correr em carros velozes, bater nos vilões, escalar prédios e no final, ainda ganham a mocinha.
E existe um problema nisso tudo. Claro que brincadeiras infantis são brincadeiras, mas não acho que devemos levar isso tão inocentemente. Se desde criança não nos identificamos com um dos estereótipos oferecidos, começa aí um problema de aceitação que se não for solucionado da maneira mais indolor possível, criará um adulto que não se entende, não se encaixa e se culpa a todo instante.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sugestão Literária: The Hunger Games

written by Larissa Rainey at 16:38 0 comentários.
Percebi que até agora eu não fiz um único post sobre livros. Pra remediar esse terrível fato, decidi escrever sobre a primeira parte de uma trilogia que conquistou meu coração: The Hunger Games, ou em português, Jogos Vorazes. 

Eu não vou começar dizendo que o primeiro livro, The Hunger Games, conta a história de Katniss Everdeen. Ele dá um pontapé para um mundo que passamos a conhecer mais profundamente nos próximos livros, como é natural em toda série. A história se passa no futuro, mais precisamente na área que costumava ser os Estados Unidos. Após várias guerras, bombeamentos e dificuldades naturais, foi criado Panem - formado por doze distritos, cada qual com suas responsabilidades. Um distrito fornece eletricidade, o outro tecidos, um tem melhores condições para agricultura, outro para mineração e assim por diante. Todos os distritos são controlados pelo Capitol, de maneira extremamente rígida. Para lembrar a população de sua força, o Capitol financia anualmente os Hunger Games. Um  menino e uma menina de cada distrito são enviados para a Arena, onde vão encontrar várias dificuldades e serão forçados a assassinar os outros para sobreviver. Apenas um tributo deve sobreviver - e este é declarado vencedor. Os Hunger Games são um espetáculo televisivo, um show de horrores que se transformou em hábito cultural dos moradores de Panem. Esse é o mundo em que vive Katniss Everdeen, uma menina de 16 anos que é independente e fria demais para sua idade. Ela mora com sua mãe e sua irmã mais nova, Prim. Moradoras do distrito 12 e sempre passando dificuldade, Katniss é uma excelente caçadora e conta com a ajuda de Gale, seu amigo de infância. Tudo estava bem até que Prim é selecionada como tributo para os Jogos. Katniss se oferece para ser tributo no lugar de sua irmã - então, ela e Peeta Mellark são nomeados tributos do Distrito 12. Eu gostei bastante do primeiro livro - principalmente da descrição psicológica de cada personagem e da maneira com que Katniss evolui na trama. Algumas mortes são rápidas e sem significado, e outras (como a de Rue) são emocionantes e servem de impulso para que Katniss continue lutando.
Suzanne Collins tem uma escrita consistente e conseguiu criar uma heroína cheia de defeitos e que sabe lidar com as dificuldades sem precisar de ajuda a cada instante. Fora dizer que o ambiente em que a história se passa é naturalmente tenso e agitado. Eu amei a trilogia inteira, mas em especial eu amo os outros dois livros: Catching Fire ("Em Chamas") e Mockingjay ("A Esperança") - simplesmente por perceber a evolução dos personagens e das tramas. A Katniss que começa a narrar Hunger Games é completamente diferente da Katniss que narra as páginas finais de Mockingjay. Eu me apeguei facilmente aos personagens e ao "mundo" de Hunger Games.

Em março de 2012, sai a adaptação cinematográfica e o trailer despertou mil emoções em mim (fangirl detected). Amei a Jennifer Lawrence como Katniss, acho que esse filme tem potencial pra ser muito bom. Só não gostei dos atores que fazem o Peeta e o Gale, nenhum deles me convenceu muito pelo trailer. Também não gosto da idéia do Lenny Kravitz  (!!!) como Cinna, mas temos que esperar o filme sair. :(

domingo, 18 de dezembro de 2011

Guia Rápido de Como Me Irritar

written by Larissa Rainey at 21:10 0 comentários.
São 6 passos rápidos, práticos e altamente eficientes. 

Passo n°1: Estenda uma conversa no telefone 


Telefone é uma coisa que me irrita por natureza. Ou a gente conversa inteiramente por texto (email/msn/sms/chat do facebook/tanto faz) ou a gente se fala pessoalmente. Pra mim telefone é pra conversas curtas e rápidas. Ficar batendo papo no telefone não é muito comigo. A não ser que você seja MUITO, mas MUITO meu amigo. Caso contrário, gtfo.



Passo n°2: Mexa no meu cabelo sem autorização




Não, você não precisa de autorização carimbada em cartório, mas não é só porque meu cabelo é bonito que qualquer pessoa pode ficar tocando nele. Eu amo que toquem meu cabelo mas isso não significa que qualquer pessoa pode tocá-la. Pra mim é algo quase íntimo, uma demonstração de carinho, e pra mim é estranho que simplesmente toquem no meu cabelo aleatoriamente. Se eu gosto de você de alguma maneira, tudo ok, mexa à vontade, mas se você é um estranho no ônibus, nem vem que não tem.

Passo n°3: Me chame de gostosa no meio da rua

Eu já disse o que eu penso sobre caras que chamam mulheres de gostosa no meio da rua nesse post aqui e eu continuo odiando homens que fazem isso. E odeio mais ainda homem que não sabe a diferença entre uma loira e uma ruiva e me chama de "loirinha". Eu não sou loira, porra.


Passo n°4: Generalize tudo sobre todo mundo


Será que vai demorar pra perceber que nem todo mundo faz parte dos estereótipos?  Parem de generalizar, parem de achar que toda mulher é uma romântica louca ciumenta sentimental e todo cara só quer transar com qualquer coisa viva. Parem. P-a-r-e-m. 

Passo n°5: Use hashtags no Facebook

Sabe pra quê hashtag serve no Facebook? Pra absolutamente NADA. Se você quer usar hashtag, use-as no lugar onde elas realmente têm que estar: NO TWITTER.

Passo n°6: Fique insistindo que eu uso calça 38

 Queridas vendedoras, eu entendo que algumas numerações são bizarras mas se eu digo que uso 42, não vou magicamente passar para o 38. Não me empurre um número, enchendo o meu saco falando que eu uso 38. Me dá a calça 42 que depois eu vejo se fica boa ou não, diacho. 99,9% das vezes que uma vendedora disse que eu "usava 38" e me fez experimentar uma, a calça não passou das coxas. Amg eu conheço a bunda que eu tenho, me deixa em paz beijos.

E é isso aí, deixe seus comentários/sugestões/reclamações/ofertas de emprego e quem sabe quando eu sair desse pós-operatório eu faço mais Guias Rápidos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Síndromes Crepusculares

written by Larissa Rainey at 23:57 5 comentários.
(sim, a palavra 'crepuscular' existe. não, eu não sabia disso até criar esse post)

Ao voltar da faculdade, percebi que uma certa série de vampiros criou certos medos na minha pessoa. Certos receios e anseios que não existiam e agora estão aqui. É uma agonia quase vergonhosa. Quando eu paro para pensar sobre algumas atitudes, cinco minutos já bastam para eu relacionar alguma coisa com a fatídica série de vampiros discoteca. Decidi listar algumas para que um dia, talvez, estas neuroses e síndromes sejam incluídas num dicionário de psiquiatria. Quem sabe, né.

Síndrome de Stephenie Meyer:
Caracteriza-se pelo medo constante de escrever uma história completamente sem noção e que vá causar ódio em qualquer pessoa que leu meio livro a mais. A cada frase escrita, revisa-se várias vezes para ter certeza que o vocabulário não é pobre e que os adjetivos não estão sendo usados de maneira estúpida. Esta síndrome pode impulsionar o famoso bloqueio criativo, que impede que os escritores mais talentosos ergam suas penas e... escrevam. 

Síndrome de Bella Swan:
Caracteriza-se pelo pânico em ficar longe da pessoa amada. O paciente fica em posição fetal até que seu amado retorne e fique novamente a seu lado - mesmo que o amado só tenha ido até o banheiro.

Síndrome de Edward Cullen - variação A:
Caracteriza-se pelo brilho excessivo no corpo, normalmente causado por excesso de maquiagem. O paciente se olha no espelho e ao perceber o menor brilho, fica neurótico e paranóico em limpar o tal excesso. Pode causar esfoliação involuntária da pele do rosto, alergias e excesso de uso de demaquilantes.

Síndrome de Edward Cullen - variação B:
Caracteriza-se por metáforas românticas péssimas e tentativas pavorosas de frases de efeito. Esta síndrome parece ter atingido grande parte da população, principalmente em redes sociais e Tumblrs.

Síndrome de Carlisle Cullen*:
Caracteriza-se por escolher uma profissão incompatível com seu estilo de vida. Exemplos: vegetarianos trabalhando com abate de animais, fashionistas trabalhando de faxineiras e vampiros trabalhando em hospitais como médicos.

Síndrome de Kristen Stewart:
Caracteriza-se pela falta de mudança de expressão facial, mesmo em situações emocionais e físicas que pedem tais mudanças.

Síndrome de Jacob Black (também conhecida como Síndrome de Rafinha Bastos):
Caracteriza-se pela vontade de querer comer a mãe e o bebê.

*que porra de nome é Carlisle?

domingo, 11 de dezembro de 2011

Top 10 - Filmes "menosprezados"

written by Larissa Rainey at 14:39 0 comentários.
Provavelmente estou concorrendo a algum prêmio oculto de "Pior Blogueira De Todos Os Tempos" pela falta de atualização... Mas agora estou de férias, então creio que terei mais tempo para postar! De qualquer modo,  fiz um Top 10 de filmes "menosprezados", ou simplesmente filmes que merecem mais amor.


Chora não, Gretchen, vem comigo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Deserto

written by Larissa Rainey at 10:15 1 comentários.
Primeiramente, peço mil perdões pela falta de atualização do blog. A faculdade anda consumindo meu tempo, principalmente a minha cabeça. Final de semestre está aí e tal....
Mas enfim! Escrevi um conto, que era pra ser uma coisa e terminou outra completamente diferente. Ele se chama "O Deserto", e tem cinco páginas e eu fiquei bastante feliz com o resultado. E vocês terão que pagar um tweet por ele!



Clique no botão acima, e pronto! Você recebe o pdf bonitinho do conto no conforto do seu computador. Espero que vocês gostem!



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Palhaço

written by Larissa Rainey at 21:08 1 comentários.

Devo dizer que o filme "O Palhaço" me surpreendeu. Eu esperava uma comédia não muito engraçada - afinal de contas, foi dirigido pelo Selton Mello, ele é o personagem principal e oras, o filme é sobre um palhaço. O meu engano foi de proporções quase catastróficas.
Benjamin é um palhaço quase depressivo. Ele está sempre olhando para o nada, preso em sua própria cabeça, confuso e cansado. Percebendo a dificuldade do circo em se manter, ele é o responsável por manter tudo em ordem. Todos confiam nele - mas nem ele confia muito em si mesmo.
Com uma obsessão adorável por ventiladores e com nenhum documento além de sua certidão de nascimento, observamos a jornada de Benjamin e a vida dentro do circo Esperança. Cada um com suas particularidades, contadas de modo muito sutil. Muitas vezes, os principais acontecimentos se dão de maneira muda - fica a cargo do espectador entender o que está acontecendo. 
A diferença entre o palhaço Benjamin - apresentado como Pangaré - e o homem Benjamin é notável. Selton simplesmente brilha ao atuar a persona do palhaço, e a delicadeza com que ele construiu o Benjamin foi incrível. Outro ponto forte do filme são os coadjuvantes, prontos para injetar humor na hora certa - um humor simples, mas fino e nada escrachado. 
A relação de Benjamin com seu pai é complicada. Há uma cumplicidade inerente entre os dois; o pai passando a tocha - neste caso, o circo - para o filho... Mas será que é realmente isso que ele quer? Será que Benjamin realmente está disposto a passar seus dias viajando, criando risadas mas sem ninguém para fazê-lo rir?
Em geral, o filme tem uma simplicidade fantástica e é muito bem feito. E eu saí da sala de cinema com uma vontade louca de apertar as bochechas do Selton Mello, mas tudo bem. 


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Censura na Internet? WTF?

written by Larissa Rainey at 21:58 0 comentários.
Eu já tinha lido recentemente que os Estados Unidos estavam propondo uma lei para favorecer os direitos autorais, mas não sabia até que ponto essa proteção ia. Quando descobri, fiquei boquiaberta.
São dois projetos, na verdade: um no Senado, chamado Protect IP e outro na Câmara, a E-Parasites. Essas leis foram escritas se baseando apenas na indústria cultural sem pensar na indústria tecnológica e seus trâmites. E como ninguém é bobo, estão querendo aprovar essas leis o quanto antes.
O objetivo principal é: combater a pirataria online. Só que, com serviços como o Netflix e Spotify - streaming de áudio e vídeo de excelente qualidade por um bom preço - a pirataria diminuiu consideravelmente. Não seria mais vantajoso - para as indústrias e para o espectador - que novas alternativas continuem sendo criadas? Talvez não para quem está interessado em aprovar essas leis. Se elas forem aprovadas, o governo norte-americano terá o poder de:
  • Ordenar que servidores de internet bloqueiem sites que contenham quaisquer links que cometam infração, postados por qualquer usuário;
  • Prender e exigir fiança de qualquer pessoa que utilize esse material de maneira ilegal gratuitamente - ou seja, se você postar um vídeo seu cantando uma música, você corre esse risco.
Para mais informações, leia os seguintes links - que explicam de maneira muito mais correta a Protect IP:

 Ainda não sei qual é o problema das indústrias em simplesmente tentar cortar esses websites. Eu entendo as reclamações sobre direitos autorais e estou de pleno acordo que artistas merecem - e devem - ganhar dinheiro. Entendo que as indústrias se sentem cada vez mais ameaçadas pela internet, e que não sabem ainda lidar com ela. Só que bloquear websites e IPs passam longe de serem medidas protetoras de conteúdo, pelo contrário. Dá a impressão de que "se você não pode comprar, não pode ter acesso". E isso só vai fazer com que as pessoas tentem outras maneiras de burlar a lei, de disponibilizar esse conteúdo de graça. A internet, como muitos já disseram, é uma hidra: corte uma cabeça... e nascem outras três.
Com essa abordagem bruta, creio que pouquíssimas pessoas vão concordar a lei - e com razão. Ao invés de tentarem construir alternativas e dar espaço para os jovens programadores e empreendedores de criar novas soluções, não: estamos querendo censurar absolutamente tudo que não dá lucro para as grandes empresas. Ao invés de construir novos caminhos, estamos destruindo as poucas pontes existentes entre o modelo antigo de indústria cultural com o novo.
Também, não posso dizer que sou contra a pirataria. Não posso chegar a este nível de hipocrisia, mas posso dar vários exemplos de como a pirataria pode dar lucro a um artista. Se qualquer site que disponibilizasse músicas de Emilie Autumn, The Strokes, The Dresden Dolls, eu jamais conheceria e compraria seus discos. Exceção feita aos Strokes, que são mais mainstream. Se eu nunca tivesse baixado a trilogia de Hunger Games, eu não teria comprado os livros. Existem muitos filmes que, apesar de já terem sido baixados no meu computador, eu comprei o DVD original quando pude. E existe também aquele problema básico do dinheiro. Como por enquanto eu dependo dos meus pais para sobreviver - e acredite em mim, eu não gosto dessa situação - eu simplesmente não posso gastar rios de dinheiro com entretenimento. E eu ainda tenho a sorte de ter uma família com condição financeira confortável... e quem não tem? É obrigado a ver televisão o dia inteiro e só escutar rádio? A internet fez com que nossos horizontes se expandissem, e não é uma lei que vai fazer com que a indústria cultural tenha o poder soberano que um dia teve.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

E o final, Alice?

written by Larissa Rainey at 22:40 1 comentários.
E depois que tu procurares a inspiração em todos os cantos? Sabe, se tu maltratares a tua inspiração, ela vai embora. Ela vai procurar abrigo num navio qualquer e te abandonar, como todos os outros. Ou tu vais passar o resto da tua vida procurando-a? Que vida solitária, essa...
Alice, as soluções não são previsiveis. De nada basta olhar os prédios esperando que caia no teu colo todos os amores do mundo... Esquece tua timidez, esquece teu complexo de inferioridade. Pra algo tu serves, mesmo que não saiba para o que ainda.
Foco, Alice, foco! Não te perca dentro de teus pensamentos, pois o que tens na cabeça são caraminholas. Concentra-te nos pensamentos de verdade, concentra-te no que pode te fazer evoluir. Não percas tua juventude esperando, lamentando, chorando enquanto ninguém vê. Arrisca-te! Tira teu coração da gaiola, deixa-o passear livre por essa cidade selvagem. Seja a força que move o mundo, Alice...
És uma filha perdida, uma filha machucada, uma filha cercada de lágrimas e rosas. Mas isso não diz muito sobre ti, Alice. Se tu olhares em meus olhos e disseres que decidistes ser uma cigana, uma cigana serás. Dentro de ti permanece todo o amor e todo o ódio do mundo, e com eles tu podes ser o que bem quiser...
Alice, aprende a amar a única pessoa que realmente vale a pena: você mesma.

domingo, 13 de novembro de 2011

Top 10 - Musicais

written by Larissa Rainey at 22:32 2 comentários.
Todo mundo que me conhece sabe que meu gênero favorito de filme são os musicais. Simplesmente não resisto a eles desde que me conheço por gente. Então, resolvi compilar aqui os meus 10 musicais favoritos (por enquanto, porque vamos concordar que existe muito musical a ser visto ainda!).

Melinda e Melinda (2004)

written by Larissa Rainey at 17:56 0 comentários.

Um filme sobre pontos de vista - talvez essa seja a melhor maneira de definir "Melinda e Melinda". Woody Allen conta a história de duas Melindas, em dois núcleos diferentes. A Melinda do núcleo cômico é mais leve, divertida - e os personagens ao seu redor acompanham essa leveza. Já a Melinda do núcleo trágico é depressiva, e os personagens são um pouco mais densos e complicados. 
Radha Mitchell fez um excelente trabalho com as duas Melindas - o que é um desafio - e é fácil perceber qual Melinda é a trágica e qual é a cômica. As histórias são parecidas - Melinda está sempre cercada de amigos com problemas no casamento, e de alguma maneira ela é a "gota d'água" nos problemas destes casais. Chegando sem pedir licença, derrubando sua bagagem (emocional ou não) pela sala alheia, assim é Melinda - uma mulher problemática que só quer uma chance de consertar sua vida. 
Acredito que todo mundo tem um pouco de "Melinda" dentro de si - ou apenas seja só eu, que consegui me identificar em certos pontos com as duas. Também creio que é isso que deixa os filmes de Woody Allen tão interessantes - possuem críticas e reflexões sobre os relacionamentos humanos e todos os mecanismos que usamos para fazer com que isso funcione. 
Recomendo, foi uma surpresa agradável no meu dia.


Deconstruct the Debris - Through Waves

written by Larissa Rainey at 15:55 1 comentários.

Existem duas coisas que você precisa saber sobre o Through Waves antes de ler este post. A primeira, é que não é música fácil de ser digerida. Leva tempo para você entender a profundidade das letras e absorver toda a riqueza das melodias. A segunda, é que é um projeto brasileiro. Pois é.
"Deconstruct the Debris" é o segundo álbum do Through Waves, e ele tem uma mensagem muito interessante - e a forma com que essa mensagem é contada é o que me chama mais a atenção. É uma jornada de aprendizado, usando a dor que existe dentro de todos nós para evoluir e se tornar algo melhor. Mas não é cheio de mensagens clichês, existe uma história e uma mitologia dentro de cada música.
As letras são bem construídas, cheias de detalhes - não é a sua música pop com refrões fáceis de serem cantados. Isso, novamente, reforça a intenção de contar uma história da maneira mais original e fluída possível. São quase mini-contos ou mini-capítulos musicados. 
A melodia, como eu disse no primeiro parágrafo, é rica e influenciada por ritmos diversos - mas existe uma delicadeza que não abandona as músicas. Vale muito a pena ouvir com muita atenção o segundo disco do Deconstruct the Debris, que tem a versão instrumental de cada uma das músicas. Detalhes que passam despercebidos são reforçados e destacados.
O álbum me surpreendeu - de uma maneira muito boa. Principalmente com as melodias, que são muito bem feitas, e só de pensar que foram compostas e produzidas por uma só pessoa faz com que qualquer um erga uma sobrancelha. Ou as duas ao mesmo tempo.
Para quem gosta e se interessa por música que foge do convencional, ou procura um álbum inspirador, Deconstruct the Debris é uma excelente sugestão. 

Mais sobre Through Waves:

PS: eu oficialmente não sei escrever sobre música.

sábado, 12 de novembro de 2011

Mansfield Park (2007)

written by Larissa Rainey at 20:53 0 comentários.

Não sabia exatamente por onde começar a escrever sobre a adaptação para a TV de Mansfield Park. Eu quis assistir este filme por dois motivos: o primeiro, é porque eu já li o livro a um tempinho atrás e gosto bastante da Jane Austen. O segundo, é porque tem a Billie Piper como Fanny Price. Pra quem não conhece a Billie, ela foi a Rose Tyler em Doctor Who. Mesmo após ler reviews péssimas sobre o filme, decidi assisti-lo e tirar minhas próprias conclusões.
Se você quer assistir Mansfield Park - a versão de 2007, pois tem outra mais antiga de 1999 - esperando que seja uma adaptação fiel ao espírito dos livros, sugiro que você releia o livro e não se incomode em ver o filme.
Para quem nunca assistiu, ele pode suprir a necessidade do espectador de ver um filme leve sobre desencontros amorosos no século 18. Fanny Price foi morar com seus tios, Sir Bertram e Lady Norris. Sempre fizeram questão de lembrá-la que ela era a "prima pobre", e ela nunca foi muito feliz - e seu único amigo é o primo Edmund. Mas durante a ausência de seu tio em uma viagem de negócios, Fanny sente-se mais livre e passa a divertir-se um pouco mais - até que Henry e Mary Crawford, dois irmãos que amam a vida em sociedade, aparecem em suas vidas. Edmund - que pretendia se tornar padre - apaixona-se por Mary. Mas é claro que Fanny é apaixonada por Edmund, e se vê numa situação complicada quando recebe a atenção de Henry.
Não achei que a escolha de Billie para o papel tenha sido muito sensata - ela passa a impressão de ser uma mulher forte e questionadora, e atuar como uma moça amável e sensível não é seu forte. Hayley Atwell estava perfeita como Mary - interesseira, materialista e muitas vezes manipuladora. Outro ponto fraco do filme é a pouca versatilidade de cenários - talvez causada por baixo orçamento, mas um filme todo que se passa nos mesmos lugares dá a impressão de ser chato ou mal feito. Claro, se o roteiro for sensacional, o que não é o caso - mesmo sendo baseado num livro da Jane Austen.
Com suas falhas e com alguns acertos, não posso dizer que não gostei do filme - mas definitivamente não entrou nos meus favoritos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mais uma lenha na fogueira

written by Larissa Rainey at 16:35 0 comentários.
Eu tinha começado um texto sobre esse assunto, mas deixei de lado. Mas após ver uma imagem revoltante no facebook, sou obrigada a escrever sobre isso. É o assunto do momento, o babado da hora, a confusão do mês: o "confronto" entre PM e USP.
Não vou começar falando quem está certo e nem quem está errado, por eu estar bem de fora da situação e até porque eu estou longe de ser dona da razão. Mas existem duas coisas que estão me irritando muito nessa história toda: é a maneira com que a mídia está tratando os estudantes e a maneira com que a maioria da população está reagindo.
Sobre manipulação: para mim, nem é esse o problema. Numa sociedade utópica, a mídia é imparcial e transparente, e mostra vários lados da história. Mas não vivemos numa utopia, e a informação que chega até nós através dos meios de comunicação é cortada, distorcida e unidimensional. Isto é esperado de qualquer tipo de comunicação, não apenas da grande mídia. A partir do momento que eu conto sobre algo que eu vivi, eu estou dando a minha versão da história - eu conto o que eu vi e ouvi, com os meus olhos, com as minhas experiências.
De acordo com a mídia, os estudantes que protestam na USP são um bando de maconheiros, que desrespeitam a lei a qualquer custo e só não querem a Polícia Militar lá para poderem fumar um baseado em paz. Ocuparam a reitoria, destruíram tudo. Mas alguém parou para perguntar aos estudantes - envolvidos ou não - o que realmente estava acontecendo? Claro que não.
Tenho duas amigas que estudam na USP - estudam muito, batalham muito pelo que querem, e de acordo com elas (e com textos de outros estudantes que eu li), a coisa não é bem assim. O ponto de partida para a ocupação não foi a maconha - e foi o estopim para uma revolta contra a PM. Lembrando que, nem todos os estudantes que estão insatisfeitos com a PM fumam maconha e são a favor da legalização da mesma. Existem várias coisas em discussão dentro da USP, e a legalização da maconha não é uma delas.
Esse texto que está circulando pelo Facebook é bem explicativo, com pontos importantes sobre o que está sendo reivindicado pelos estudantes - e são coisas que ultrapassam o âmbito da legalização. 
Não sou a favor da ocupação. Não acho que um combate corpo a corpo com as autoridades seja o melhor jeito de se lidar com as coisas. Mas o que eu sou a favor é da informação do povo, de procurar vários lados da história, e mesmo que ainda discordem da opinião dos estudantes, tenha argumentos para tal. E não simplesmente compartilhar uma foto falando que você é a favor da polícia "descer o cacete" nos estudantes da USP, porque é ridículo e faz uma apologia desnecessária a violência. Vendo o ardor que as pessoas têm em apoiar a violência - de qualquer maneira - faz com que eu tenha medo de como as coisas serão no futuro.

E eu me pergunto: e se esa confusão toda estivesse acontecendo numa faculdade particular? Como a mídia se comportaria?

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Resultado do Sorteio!

written by Larissa Rainey at 12:56 0 comentários.
Finalmente, finalmente.... agora, vamos ver quem foram os sortudos que foram sorteados e vão ganhar livro? Vamos. Sem enrolação, direto pro assunto.

A primeira cópia vai para...

















Parabéns, Tamires, a primeira cópia vai pra você!

E a outra cópia vai para....


 Parabéns, Raine, a segunda cópia vai pra você! 

(esse foi o random menos random que eu já vi, mas tudo bem, nada comigo seria normal) 

Já mandei email pedindo as informações certinhas pra enviar os livros pra vocês.

E antes de mais nada, eu realmente gostaria de agradecer a cada um que participou. Mesmo sendo um número pequeno, eu fico muito feliz em saber que as pessoas apoiam (o pouco) que eu faço e é um estímulo pra jamais deixar de escrever. Saber que tem gente interessada em ler as bobagens que eu escrevo é um pensamento que realmente aquece e melhora o meu espírito. Muito obrigada mesmo, de coração.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desperata

written by Larissa Rainey at 12:19 0 comentários.
 
Saiu correndo no mesmo instante que percebeu que estava sendo sufocada. Aquele cheiro intoxicante que provinha dos arranjos, que estavam perfeitamente alternados entre os vários bancos da igreja. Segurava a saia do vestido, para que ela pudesse correr melhor; o que de fato não adiantou muito, pois a cauda de três metros mais o sapato de salto agulha não eram os melhores apetrechos para uma fuga repentina. Num gesto significativo, arrancou sem cerimônia o colar de pérolas de três gerações atrás. Aquilo a sufocava. Tudo ali naquela igreja a sufocava. O vestido enorme e cheio de enfeites, o cheiro das flores dos arranjos e do buquê, os olhares preocupados e inconformado da família, o grito desesperado dele - NÃAAO!
Mas ela não podia permanecer mais ali, ela não pertencia àquele lugar, àquela família. As lágrimas tornaram-se sua nova máscara durante sua fuga. Ela ouvia os cochichos e o burburinho que se instalava: "Como ela pôde fazer isso? Que absurdo"... E quando estava a um passo de sair da igreja e se libertar do pesadelo, algo a incomodou. Virou para o outro lado e voltou para o altar, o rosto quente e vermelho marcado pelas lágrimas e agora por uma sensação antes desconhecida. Cada passo era como uma estaca que se prendia ao chão. Cada passo daquela noiva outrora linda era agora como a batida de um martelo. Segurava a saia do vestido com as mãos trêmulas.
Ao chegar perto, ele veio abraçá-la, mas repudiou totalmente o seu toque. Ela o empurrou e ele, desconcertado pela humilhação, ficara calado. Ela foi até o altar, manipulada pelo próprio ódio, e permanecia intocável. Todos que tentavam segurá-la eram impedidos pela força mágica de sua raiva. Olhou para o padre significativamente e este a cedeu o microfone.

Não era a Morte, pois eu estava de pé

E todos os Mortos estão deitados –

Não era a Noite, pois todos os Sinos,

De Língua ao vento, tocavam ao Meio-Dia.

Não era a Geada, pois na minha Carne

Sentia Sirocos – rastejarem –

Nem Fogo – pois só por si os meus pés de Mármore

Podiam manter frio um Presbitério –

E contudo sabia a tudo isso ao mesmo tempo;

As Figuras que eu vi,

Preparadas para o Funeral,

Faziam-me lembrar a minha –

Como se me tivessem cortado a vida

E feito à medida de moldura,

E eu não pudesse respirar sem chave,

E foi um pouco como a Meia-Noite –

Quando todos os relógios – pararam –

E o Espaço olha à volta –

Ou Terríveis geadas – nas primeiras manhãs de Outono,

Revogam o Palpitante Solo –

Mas foi sobretudo com o Caos – frio – Sem-Fim –

Sem Ensejo nem Mastro –

Nem mesmo Novas de Terra -.

A justificar – o Desespero.*



Enquanto todos estavam petrificados com tais palavras, ela voltou a andar calmamente pelo corredor da igreja. Seus pés não tinham mais o peso do martelo ou da estaca. Flutuava, com suas saias e caudas. Flutuava em sua resplandecência de noiva.
Fora para casa, leve como o vento. Não tinha consciência da loucura que havia cometido.

Ele era seu príncipe, e ela era a princesa. Mas ela não era uma princesa como outra qualquer. Ela era trágica, vingativa, cheia de ódio, impura, a própria Pandora.

Mas toda a sua impureza era dissolvida na água quente que também dissolvia seu corpo frio....



*Poema de Emily Dickinson.

**Escrito em 26 de julho de 2009. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O nível do mar

written by Larissa Rainey at 14:34 0 comentários.

                   Muitos dizem que o amor é a fonte de inspiração dos poetas e escritores pelo mundo afora. Que se não fosse por esse sentimento, as pérolas da literatura não existiriam. Eu discordo violentamente dessa suposição. Quando percebem que eu escrevo demais e me perguntam se eu estou apaixonada, eu automaticamente tomo uma posição hostil. Não, eu não estou apaixonada. O amor não é o meu combustível para a literatura, ou para qualquer outra coisa.
                A dor. Se eu não estivesse com algum tipo de dor (psicológica, obviamente) talvez eu nunca teria parado para escrever. Se eu não estivesse me afogando em mim mesma, eu nunca teria parado de fazer o que fosse para escrever. Para colocar no papel os meus monstros particulares. Tudo isso, porque no papel eles ficam mais bonitos. Mais poéticos. Mais fáceis de enfrentar. É como se, no momento que eu escrevo sobre o que me incomoda, o papel também ficasse incomodado. Compartilhando a dor com um anônimo que não te julga, nem te aconselha a viver o lado bom da vida.
                Não que eu seja uma masoquista. Eu preferiria nunca ter me afogado. Eu preferiria escrever sobre o amor, sobre como apreciar as coisas simples da vida. Escrever sobre felicidade, sobre o êxtase. Mas cada vez que eu tento falar sobre o céu azul, na mesma hora eu começo a dizer como aquele céu azul me afetaria – ou como já afetou. É de fato estranho, e muitas vezes eu me questiono porque as coisas são assim, mas é tarde demais. Se não fosse a minha escuridão portátil, muita coisa teria mudado. Mas um dia, eu tenho certeza de que o meu nível do mar – sempre mais alto do que eu – vai me levar para algum lugar maravilhoso e inesperado. Por isso eu escrevo sobre a dor, e não sobre o amor.

(Escrito em 24 de maio de 2010)

Quando a Revolução se torna Pop

written by Larissa Rainey at 13:28 0 comentários.

                 Se alguém dissesse ao fotógrafo Alberto Korda que ele tiraria a foto mais reproduzida do mundo, talvez ele não acreditasse. Mas foi exatamente o que aconteceu – seu retrato do revolucionário comunista Ernesto “Che Guevara” durante uma missa fúnebre tornou-se a fotografia mais reproduzida e conhecida do mundo. E o documentário “Chevolution” vai até as origens desta foto para explicar esse fenômeno.
                Fidel Castro, amigo de Che, sempre gostou de estar cercado por fotógrafos pois queria documentar a revolução cubana e ter material o suficiente para propaganda. Korda foi um desses fotógrafos escolhidos, e durante o funeral das vítimas da explosão de La Coubre conseguiu captar o momento exato da chegada de Che. Entretanto, essa foto só foi divulgada após a saída de Che de Cuba em 1965 – numa edição da Paris Match de 1967 que especulava sobre a localização de Guevara.
                A foto passou a ser conhecida como “Guerrilheiro Histórico” e antes que alguém percebesse, passou a ser símbolo de justiça e igualdade. O retrato de Che foi extensivamente usado nas revoltas de estudantes franceses em 1968, que utilizavam a versão estilizada do irlandês Fitzpatrick: o rosto de Che em preto e branco e o fundo vermelho.
                Mas foi quando a imagem chegou aos Estados Unidos que se tornou uma verdadeira febre. Pôsteres, camisetas, bottons, chaveiros, isqueiros, qualquer produto poderia – e era – comercializado com o rosto de Che. E o documentário ali aponta a ironia do sistema capitalista: Che era comunista e apoiava um sistema totalitário e sem liberdade de expressão, e lá estavam os jovens comprando camisetas com seus rostos num sistema totalmente contrário ao que ele  apoiava. Muitas pessoas passaram a enxergar Che como um revolucionário que queria a liberdade de seu povo, como uma pessoa perfeita e íntegra – sem considerar que ele fez parte de uma revolução violenta e  matara seus inimigos sem hesitar.
                Outra discussão que é levantada no documentário é referente aos direitos autorais da imagem. Fidel Castro não apoiava leis referentes a direitos autorais – para ele, a arte era livre. Os filhos de Korda, entretanto, estão entrando com muitos processos na justiça para regularizar o uso da imagem de seu pai na mídia e para proteger o legado de Guevara. Seria isso o suficiente? Porque é impossível negar que a imagem se tornara, de certo modo, domínio público. Principalmente ao considerarmos o poder da internet e a facilidade com que as imagens podem ser reproduzidas, compartilhadas e editadas.       
                O “Guerrilheiro Heróico” perdeu seu significado geral com o tempo – e a tecnologia teve um papel importante nesse processo. O rosto de um dos expoentes do comunismo está estampando as camisetas de burgueses capitalistas. A revolução ficou pop e não precisa ser cubano para entender Guevara e ter um pedaço dele em seu guarda roupa. Uma verdadeira ironia dos dias modernos.


 

Larissa Rainey Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos