terça-feira, 18 de novembro de 2014

Para ouvir: Scott Bradlee & Postmodern Jukebox

written by Larissa Rainey at 13:31 0 comentários.

Que eu gosto de uns covers diferentões não é novidade pra ninguém... ou é? Enfim. Cheguei até a fazer um post com 10 covers que você deveria ouvir. Até que, um belo dia, eu conheci Scott Bradlee & Postmodern Jukebox.
O que diferencia eles de outros projetos parecidos é que eles não escolhem apenas uma década ou estilo para fazer as versões. Você pode escutar tanto a versão country de Anaconda quanto uma versão ótima pra sapatear (pun intended) de Wiggle - aquela múscia que pergunta o que você vai fazer com aquela bunda enorme, wiggle wiggle wiggle.
Cada música é um estilo diferente, com instrumentos diferentes e pessoas diferentes cantando/tocando/etc. Não tem como eu não ficar apaixonada! <3 Poucas bandas me conquistam assim logo de primeira.
Mas Larissa, o que você indica pra eu escutar deles?

Eu fiz uma playlist no Youtube com as versões que eu mais gosto. ATENÇÃO: tem versão do tema de Sailor Moon e das Meninas Super-Poderosas nessa playlist. SIM, eu disse versão vintage de Sailor Moon. Tem até de Pokémon, mas eu gostei mais de Sailor Moon. Ah é, tem versão de My Little Pony também. Eta povo inspirado <3



(P.S: se eu fosse vocês ficava bem de olho no cara que toca o tamborim. Ele não aparece em todos os vídeos, então preste atenção. Se você não ficar contagiado pela felicidade eu oficialmente desisto de todos vocês e vou me mudar pra uma ilha longínqua e vou levá-lo pra lá.)

Se você escutou, amou e quer escutar no Spotify, eu fiz outra playlist. Não tem as mesmas músicas do Youtube, mas tem dos três álbuns que eles lançaram.



Se você tem um dinheirinho extra no banco, amou os caras e quer apoiar, você pode comprar os álbuns no iTunes e no Bandcamp :)

Mais links úteis:

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Espero que tenham gostado! Tô pra fazer esse post desde que descobri os caras... sou a pior blogueira do mundo ou sou a pior blogueira do mundo?

(Não respondam.)

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Oi, tudo bom?

written by Larissa Rainey at 22:51 0 comentários.
A mudança é a matéria dos sonhos.
Sem a vontade de mudar,
ficamos parados em nós mesmos.
Sem a vontade de mudar,
sem a curiosidade de olhar para o lado,
as sensações se tornam estáticas.
Só vivo porque quero mudar.
Luto porque quero mudar,
porque não me contento com pouco.
Digo adeus ao meu eu de hoje,
porque amanhã já serei um pouco diferente.
Sigo assim, de mudança em mudança,
com a bagagem na mão
e um sonho no coração.

Agora vai. Finalmente fiz as mudanças que tanto queria no meu blog. Um quase recomeço. Sem apagar tudo o que construí desde 2010, mas com um bom pontapé para o futuro. Não tem mais janela secreta. As coisas estão mais escancaradas. Estou dando a cara a tapa, por isso o blog agora tem só o meu nome. 
Minha vida mudou bastante desde o último post - que foi justamente o anúncio da minha coletânea de crônicas. Nesse meio tempo eu criei o Falando Sobre Saúde Mental, um blog dedicado a... falar.... sobre.... saúde mental (duh). O título é bem autoexplicativo e ele mudou a minha vida de uma maneira que eu jamais imaginava. 
Nesse ano eu me despedi da publicidade e estou abraçando um possível futuro na Psicologia - mas primeiro eu preciso passar no vestibular ano que vem. Enquanto isso, acabei me descobrindo como professora - e estou amando ensinar.
Descobri que se eu não puder ajudar as pessoas, minha vida não tem muito sentido. Eu não consigo ainda explicar como eu me sinto quando alguém diz que eu os ajudei. Eu sinto que é pra isso que eu estou aqui, pra usar o que eu posso oferecer para acalentar alguém. É como se fosse essa a razão de eu já ter sofrido tanto - pra entender o que é o sofrimento e poder ajudar quem também sofre. 
Apesar de algumas coisas bem tensas terem acontecido, eu estou me sentindo incrivelmente bem. Estou em paz comigo mesma. Eu e minha família estamos nos resolvendo, nos reconhecendo. Pela primeira vez em 22 anos eu me sinto segura e confortável em casa, comigo mesma, e com o meu caminho.
Por isso que não faz mais sentido ter janelas secretas. Prefiro as que são escancaradas e que deixam o sol iluminar a casa inteira.



Living La Dolce Vita, life couldn't get much sweeter...

terça-feira, 10 de junho de 2014

LANÇAMENTO - Nada Disso Aconteceu de Verdade

written by Larissa Rainey at 23:59 1 comentários.

Eu vou fingir que eu não estou passando mal neste exato momento. Ok, Larissa, vamos lá!
Como eu anunciei  na página do Inside the Secret Window, a coletânea Nada Disso Aconteceu de Verdade já está à venda!!! Eu fiz uma coisa e terminei!!!!!!! 


Ok, explicando sobre a coletânea: ano passado eu escrevi muitas crônicas. Na verdade, eu tirei alguns textos do baú, escolhi os melhores, escrevi vários textos novos - inclusive terminei uma crônica que comecei em 2012 rs, e pronto! Cá está essa coletânea. 
Sim, é bastante pessoal - como tudo o que eu escrevo. É cheia de altos e baixos, entre momentos brilhantes de glória e felicidade até os momentos que eu preferia que não tivessem acontecido. Eu estou numa fase de mudanças, numa fase de buscar uma certa estabilidade. Preciso olhar para trás e lembrar das coisas que não quero mais que aconteçam. E decidi compartilhar isso com vocês :)
Eu espero, do fundo do meu coração, que vocês gostem. Espero que alguma coisa ali traga algo de bom para vocês, mesmo que a maioria dos textos sejam tristes. 
Sabe o que isso também significa? Que está na hora de continuar The Wandering Children ;) Mas calma, vamos sem pressa...





segunda-feira, 5 de maio de 2014

Brasil, um país hospitaleiro

written by Larissa Rainey at 22:06 1 comentários.
Sempre que algum amigo ou parente estava para visitar ou morar em outro país, eu ouvia a seguinte frase: "Só o Brasil recebe bem as pessoas. Povo nos Estados Unidos e Europa é tudo frio e não estão nem aí."
Nunca gostei e concordei com essa frase. E cada vez concordo menos com ela.
Muito se fala da cordialidade do brasileiro. Somos hospitaleiros, animados, de bem com a vida, sempre de alto astral... mas calma. Peraí. Acredito que pra sermos realmente cordiais, nos falta muito ainda. 
Onde está a cordialidade do brasileiro ao linchar uma mulher até a morte por conta de um boato no Facebook?
Onde está a cordialidade do brasileiro ao respeitar as próprias conterrâneas na rua?
Onde se encontra o carinho, o respeito e a hospitalidade dos estudantes de uma faculdade privada para com uma aluna negra, feminista e bolsista
Inúmeros casos, inúmeros desrespeitos e preconceitos. 
Mas o Brasil tem mulheres lindas... as mulheres brasileiras que nunca são respeitadas, nem dentro de casa e nem fora, nem quando denunciam seus casos de estupro.


Fica uma pergunta na minha cabeça: o Brasil é hospitaleiro para quem?
Pra quem é homem, cis, branco, hétero, cristão, de classe média/alta? 
Então não somos hospitaleiros merda nenhuma.

sábado, 8 de março de 2014

Mais um dia

written by Larissa Rainey at 01:12 2 comentários.

obg Malu <3

Uma flor, um bombom, um estereótipo reforçado pela milésima vez. Uma hipocrisia vestida de homenagem. Um reverenciamento do arquétipo inatingível. É o que nos oferecem a cada oito de março.
Depois de recebida a flor, o bombom, o cartãozinho, nos sobram as dificuldades diárias. Mensais. Anuais. Muito cara a taxa de anuidade que se paga por ser mulher - e não dá para cancelar o cartão assim, de uma hora pra outra.
Que levante a mão a mulher que anda tranquila pelas ruas de sua cidade à noite. Que levante a mão aquela que não tem uma história de assédio nas ruas. Que levante a mão aquela que nunca se sentiu intimidada por algum homem: seja o pai, o irmão, o avô, o amigo, o namorado, o chefe. Para ser sincera, não espero mãos levantadas ao fim deste parágrafo.
Ser mulher é ouvir uma série de alarmes, desde a mais tenra idade. Crescemos ouvindo que existe um padrão e ele deve ser obedecido. Precisamos escolher entre vários tons de rosa, bonecas que muitas vezes não nos representam, precisamos ser silenciadas, caladas, porque "menina é mais quietinha". Temos que ser dóceis, afáveis, meigas. Aguentar tudo sempre com um sorriso no rosto. Acham que somos vasos decorativos, encostados numa prateleira inalcançável. Uma flor para um vaso. Entende?
Dizem que mulheres são indecifráveis. Que o nosso não é um sim, que não nos expressamos de acordo com o que pensamos. Nossas negações são o estopim de uma longa discussão, em que tentam nos convencer a fazer o que nem sempre queremos. Muitas vezes, nos vencem pelo cansaço. 
"Mas por que não? Me diz, eu quero saber. Conta, vai. Mas por que não? Vai ser bom. A gente se dá tão bem! Eu sei que você quer."
A cada século se criam homens que não respeitam mulheres. Não respeitam nosso espaço físico nem mental. Precisamos lutar para conseguir escolher representantes políticos. Precisamos insistir por salários melhores e iguais aos dos colegas homens. Não podemos exercer nossa liberdade de vestir o que queremos por medo do que pode nos acontecer. Não podemos andar na rua à noite sem ter medo de qualquer pessoa que passe perto de nós. Não podemos ir ao trabalho às oito da manhã sem sermos assediadas na rua. 
Mulheres morrem nas mãos de seus  maridos, namorados, amantes. Mulheres apanham desses companheiros, vivem com medo, sem dinheiro para ir embora de casa. Mulheres morrem fazendo abortos ilegais porque não nos dão o direito de fazer esse procedimento de maneira segura. Mulheres morrem no parto, em condições precárias. Mulheres são estupradas, abusadas física e psicologicamente. E ainda sim, colocam a culpa em nós. Se apanham do namorado, é porque aprontaram. Não consegue sair de um relacionamento abusivo? É trouxa, idiota, apanha porque quer. Morreu fazendo aborto? Bem feito! Morreu no parto? Bem feito! Abre as pernas, é isso que você ganha. Foi estuprada? A culpa é das suas roupas, do seu comportamento, dos lugares que você frequenta. 
O sistema monetiza nossos corpos e nos culpa quando o pior acontece. Nos bombardeiam com imagens falsas de perfeição e quando mulheres morrem ao tentar atingi-los, nos culpam. Nos oferecem salários menores e se  não podemos ser financeiramente independentes de nossos parceiros, nos culpam também. Homens não usam camisinha, e se a minha pílula falhar, a culpa vai ser minha. 
Se eu me visto de maneira a não deixar nada mostrar, sou pudica e pouco atraente. Se me visto com roupas que revelem meu corpo, sou puta e mereço ser humilhada.
Colocam em nossas cabeças que nossa aparência deve agradar aos homens - e se seguimos a cartilha, nos categorizam como fúteis e inúteis. Gostar de maquiagem é ridículo, queremos um look mais natural, menos falso... nossa, você não usa maquiagem? Que absurdo! Por isso fica feia desse jeito! 
Se a vizinha faz sexo e grava, o mundo inteiro fica sabendo. Porque o namorado idiota vazou o vídeo, e ninguém culpa o namorado idiota. Somos nós, mulheres, as expostas. Somos nós,  mulheres, que vamos para a fogueira pública. Porque fizemos sexo, porque registramos esse fato, como se sexo fosse a coisa mais alienígena do mundo. Vende-se tanto o sexo, promove-se tanto o sexo, por que vídeos assim ainda causam tanta comoção? Você lembra o nome do cara que vazou o vídeo da Paris Hilton? Provavelmente não - eu mesma não lembro - mas todo mundo sabe que ela tem uma sextape. Colocam um cone da vergonha em nossas atividades sexuais, até que sair na rua se torne impraticável. Nossa intimidade é exposta e mais uma vez a culpa é sempre nossa.
E você nos dá uma flor, um bombom, um cartão cor-de-rosa e acha que está nos homenageando. 
Não queremos homenagem por ter que suportar todas as merdas que enfrentamos.
Não queremos uma flor para fingir que tudo está bem.
O que é uma flor quando se está no tiroteio todo dia?
Eu quero respeito. Quero pegar um ônibus e me sentar ao lado de um estranho com a certeza de que ele não vai abrir as calças do meu lado. Quero voltar do trabalho à noite sem me assustar com cada sombra. Quero que minhas amigas sejam respeitadas em suas diversas maneiras de ser, quero que as mulheres negras não sofram a horrível combinação do machismo com racismo, que não tenhamos medo de explorar nossa sexualidade em  suas diversas formas, que as  pessoas sejam respeitadas de acordo com suas identidades de gênero, que a mulher pobre consiga um trabalho digno para se separar do marido abusivo. Quero que os garotos saibam que as garotas NÃO SÃO SUAS PROPRIEDADES, que a família não ache fofo que seu filho beija uma menina da sua sala à força, quero que parem de ensinar aos meninos que se ele gosta de uma menina deve diminuí-la, persegui-la. Quero que entendam que o meu NÃO significa NÃO, e ele não tem que ser discutido se estamos falando do MEU corpo. Quero saber que pessoas trans* tenham oportunidades dignas na vida, sem serem humilhadas, ridicularizadas, violentadas. Quero que parem de ensinar às meninas que elas precisam ser agradáveis aos olhos dos homens, que o casamento é a única maneira de ser feliz. Quero que minha filha possa experimentar com o próprio visual sem represálias da sociedade, sem ditar o que é "de menino e de menina". Quero que meu filho possa brincar de boneca e exercitar sua imaginação sem se sentir pressionado. Quero usar a roupa que me deixa segura e confiante, sem medo de reações violentas. Quero que minhas amigas não se sintam invadidas nem desrespeitadas por estranhos em lugares públicos, quero que elas não sofram com ciúmes e possessividade.
Se você não pode me dar isso, não precisa me dar flores. Se eu quiser decorar meu quarto, pode deixar que eu mesma as comprarei.


{Espero que tenham gostado do layout novo do blog.  Hehe.}

 

Larissa Rainey Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos