sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Crônica número 1

written by Larissa Rainey at 12:56 1 comentários.
É de conhecimento geral que o ato de sentir é o combustível do coração. Então, como eu recarrego meu coração quase morto, considerando o fato de que eu mal sinto alguma coisa?
Parece que meu coração afogou -se em si mesmo e nada mais importa. Eu nem consigo me sentir entorpecida - não sou mais capaz disso ultimamente. Qual é o próximo passo, então? Meu coração vai morrer de uma vez e pronto? Posso retirá-lo do meu corpo, enterrá-lo e finalmente ser livre? Porque eu sempre fui uma escrava do meu coração. Sem ele, serei livre para sempre?
Mas, novamente eu me pergunto: o que é liberdade? Sentir-se seguro? Fazer o que eu quiser? Eu ainda tenho a minha mente doentia e essa maldita consciência. Me livrarei disso também? Se eu faço algo, automaticamente minha mente me julga e me mata pelos meus atos errados. Mesmo se me libertar do meu coração, nunca estarei completamente livre - então porque continuo vivendo se nem posso encontrar a liberdade?
What the hell am I doing here?
I don't belong here
Às vezes, eu quero chorar até me desidratar inteira. Mas não consigo mais. Onde estão minhas lágrimas quando mais preciso delas? Normalmente, elas chegam até mim sem convite. Entretanto, nesse momento em particular, eu necessito delas. Eu grito por elas. Eu preciso sentir que sou capaz de sentir algo - qualquer coisa, mesmo que seja uma lágrima quente caindo pelo meu rosto igualmente ardente. 
- o resto do texto foi censurado pela própria autora-

De trás para frente

written by Larissa Rainey at 00:18 0 comentários.
Minha vida estava na trilha certa. Indo do começo, vivendo o meio e querendo que o fim não chegasse.
Mas hoje eu percebi que eu misturei as trilhas e os caminhos. Estou entre as pedras, sem espaço para respirar, entre as pedras e o lago. Quase afogando, sem ar, esmagada entre as pedras pesadas. O meu corpo virou uma massa quase etérea mas que ainda é real, e por isso dói tanto. Respirar dói, pensar dói. Olhar a paisagem dói, pedir por ajuda dói. A dor é o único sentimento que eu conheço.
Eu quero que o fim chegue. Quem sabe assim eu conheça alguma paz, alguma serenidade. Mas ao mesmo tempo tenho medo que nada disso aconteça e que seja tão doloroso quanto continuar vivendo. Será que é por isso que eu não me lancei ao mar ainda? Perguntas, reflexões, pensamentos, não saem da minha cabeça vinte e quatro horas de cada dia e sinto que um dia meu cérebro irá dizer: "Hey, moça, vá se foder. Estou tirando umas férias e só volto quando você deixar de ser toda fodida mentalmente."
As pessoas que eu sempre amei andam despertando minha raiva, e elas não fizeram nada pra merecer isso. Eu tenho vontade de me estraçalhar, mas antes torturar qualquer um na minha frente para que eles sofram uma morte lenta e dolorosa. Não que as pessoas ao meu redor mereçam isso (algumas, talvez) mas eu preciso que alguém sinta a mesma dor que eu sinto diariamente. Para ver se eles aguentariam, para ver se eles então achariam o meu sofrimento desnecessário. Obviamente essa dor é desnecessária, ou você acha que eu curto ficar aqui na merda? Masoquismo tem limites. 
Eu quero que o fim chegue, foda-se o meio, e que o inicio seja anulado.
Tem como?
 

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