Um filme sobre pontos de vista - talvez essa seja a melhor maneira de definir "Melinda e Melinda". Woody Allen conta a história de duas Melindas, em dois núcleos diferentes. A Melinda do núcleo cômico é mais leve, divertida - e os personagens ao seu redor acompanham essa leveza. Já a Melinda do núcleo trágico é depressiva, e os personagens são um pouco mais densos e complicados.
Radha Mitchell fez um excelente trabalho com as duas Melindas - o que é um desafio - e é fácil perceber qual Melinda é a trágica e qual é a cômica. As histórias são parecidas - Melinda está sempre cercada de amigos com problemas no casamento, e de alguma maneira ela é a "gota d'água" nos problemas destes casais. Chegando sem pedir licença, derrubando sua bagagem (emocional ou não) pela sala alheia, assim é Melinda - uma mulher problemática que só quer uma chance de consertar sua vida.
Acredito que todo mundo tem um pouco de "Melinda" dentro de si - ou apenas seja só eu, que consegui me identificar em certos pontos com as duas. Também creio que é isso que deixa os filmes de Woody Allen tão interessantes - possuem críticas e reflexões sobre os relacionamentos humanos e todos os mecanismos que usamos para fazer com que isso funcione.
Recomendo, foi uma surpresa agradável no meu dia.
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