sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

De trás para frente

written by Larissa Rainey at 00:18
Minha vida estava na trilha certa. Indo do começo, vivendo o meio e querendo que o fim não chegasse.
Mas hoje eu percebi que eu misturei as trilhas e os caminhos. Estou entre as pedras, sem espaço para respirar, entre as pedras e o lago. Quase afogando, sem ar, esmagada entre as pedras pesadas. O meu corpo virou uma massa quase etérea mas que ainda é real, e por isso dói tanto. Respirar dói, pensar dói. Olhar a paisagem dói, pedir por ajuda dói. A dor é o único sentimento que eu conheço.
Eu quero que o fim chegue. Quem sabe assim eu conheça alguma paz, alguma serenidade. Mas ao mesmo tempo tenho medo que nada disso aconteça e que seja tão doloroso quanto continuar vivendo. Será que é por isso que eu não me lancei ao mar ainda? Perguntas, reflexões, pensamentos, não saem da minha cabeça vinte e quatro horas de cada dia e sinto que um dia meu cérebro irá dizer: "Hey, moça, vá se foder. Estou tirando umas férias e só volto quando você deixar de ser toda fodida mentalmente."
As pessoas que eu sempre amei andam despertando minha raiva, e elas não fizeram nada pra merecer isso. Eu tenho vontade de me estraçalhar, mas antes torturar qualquer um na minha frente para que eles sofram uma morte lenta e dolorosa. Não que as pessoas ao meu redor mereçam isso (algumas, talvez) mas eu preciso que alguém sinta a mesma dor que eu sinto diariamente. Para ver se eles aguentariam, para ver se eles então achariam o meu sofrimento desnecessário. Obviamente essa dor é desnecessária, ou você acha que eu curto ficar aqui na merda? Masoquismo tem limites. 
Eu quero que o fim chegue, foda-se o meio, e que o inicio seja anulado.
Tem como?

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