quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Top 10 - Leituras de 2012

written by Larissa Rainey at 12:45
Essa é a prateleira de livros do meu quarto, em cima da minha cama. O resto dos livros estão no armário ao lado (bagunçado demais para ser exposto) e logo fico sem espaço pra eles hehehehe.

2012 está chegando ao fim, e com isso resolvi fazer algumas retrospectivas. E nesse post vou contar pra vocês os 10 livros que eu mais gostei de ler durante esse ano. Claro que eu só lembro dos livros que li porque mantenho a lista no listography, caso contrário eu teria sérias dificuldades. Minha memória não colabora tão fácil assim.
Enfim, vamos ao que interessa: livros!

10 - A Song of Ice and Fire, de George R.R. Martin

Em 2012 eu li todos os livros da saga e como eu já falei quinhentas mil vezes eu me apaixonei perdidamente. Entrou pra lista de favoritos fácil, fácil. Ler esses cincos livros foi um dos pontos altos em questão de literatura do meu ano, e me inspirou muito. Só ficou  em décimo lugar porque eu já fiz um post extenso com motivos para você ler a série, e creio que qualquer coisa que eu ainda disser ficará repetitivo.

9 - Frankenstein, de Mary Shelley

Eu nunca tinha lido esse clássico antes, e um curso online (que não consegui terminar, damn you faculdade) exigiu essa leitura. Devo dizer que eu me surpreendi. O mito do Frankenstein, o monstro criado por um humano, incompreendido e sofrido jamais me despertou grande curiosidade. Mas o talento extraordinário de Shelley para contar histórias me cativou completamente e despertou sentimentos muito intensos em mim. Só de lembrar da ambição cega do Dr. Frankenstein e de sua completa inaptidão para lidar com sua própria criação me deixa cheia de raiva. Tudo o que sua criação queria era companhia - e não é o que todos nós queremos? Estar acompanhados de alguém que nos ame e nos entenda? Como um cientista com tanto conhecimento nunca pensou nessa possibilidade? Muito, muito bom.

"I have love in me the likes of which
 you can scarcely imagine and rage the likes 
of which you would not believe.
 If I cannot satisfy the one, I will indulge the other."

8 - Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley

Esse ano foi um ano de clássicos, hahaha. Ano passado eu li 1984, e decidi ler essa obra do Huxley também. Apesar de algumas similaridades (mundo futurista com lavagem cerebral constante), os livros são bem diferentes. O que eu mais gosto no livro de Huxley é justamente a relação entre os personagens e o selvagem John, e como uma única pessoa com valores totalmente opostos ao da sociedade pode balançar todo um modelo. Bernardo, sempre insatisfeito com o sistema, e Lenina, um exemplo de sucesso do bombardeamento de informações. 

"Reprimido,o impulso transborda, 
e a inundação é sentimento;
 a inundação é paixão; a inundação é loucura até:
 tudo depende da força da corrente."

7 - Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf

O primeiro livro da Virginia a gente nunca esquece. ♥ Demorei para ler, justamente por não estar acostumada com as metáforas e com o detalhamento da mente dos personagens. Foi uma leitura meio complicada - até porque li em inglês e eu estava pouco acostumada na época. Ler Virginia nunca é muito fácil, e ler em outro idioma sem muita prática só dificultou. Mas a leitura não foi menos fascinante por causa disso. Pelo contrário. Mrs. Dalloway tem um charme próprio, um requinte em cada palavra. Clarissa é uma mulher pensativa, muito preocupada com seu papel na sociedade. Enquanto ela prepara uma festa em sua casa, relembra as escolhas que fez em sua vida, e como ela preferiu o simples ao enigmático (em miúdos, preferiu casar-se com Richard do que Peter Walsh), e ainda como nunca teve a chance de ser feliz com Sally. É um livro lindíssimo, cheio de imagens que se constroem em sua cabeça - Virginia não descreve lugares e pessoas, e sim suas mentes e pensamentos e suas visões. E acabei de descobrir que a Lena Headey interpretou a Sally e brb sendo invadida por feels.

As a cloud crosses the sun,
 silence falls on London; and falls on the mind. Effort ceases.
 Time flaps on the mast.There we stop; there we stand. 
Rigid, the skeleton of habit alone upholds the human frame.
 Where there is nothing, Peter Walsh said to himself; 
feeling hollowed out, utterly empty within. 
Clarissa refused me, he thought.
 He stood there thinking, Clarissa refused me.


6  - Great Expectations, de Charles Dickens

Primeiro livro do Dickens que eu li também. Isso me lembra que tenho A Christmas' Carol aqui e que preciso ler, hehe. Enfim, Great Expectations é um clássico e é muito maravilhoso. Ele tem uma das minhas personagens favoritas de todos os tempos - sim, Miss Havisham, aquela que cria a filha para que ela seja a vingança contra o sexo masculino. Aquela amargurada, vingativa, isolada e, bem, maluca. E claro, automaticamente eu também amo Estella, linda,. rude, orgulhosa, influenciada desde pequena. Não gosto muito do Pip desde o começo, acho ele imaturo e idiota. Mas a história de vida dele acaba se tornando interessante (não por causa dele, óbvio), então fica aí uma excelente dica. Clássicos são clássicos por uma razão.

"Heaven knows we need never be ashamed of our tears,
 for they are rain upon the blinding dust of earth, 
overlying our hard hearts."

5 - O Hobbit

(Mudança de última hora no post, porque foi o último livro que li esse ano e duvido que consiga terminar algum ainda). Eu, finalmente, decidi ler Tolkien. Eu sempre tive um trauma pouco justificado do coitado. Quando eu vi os filmes de Senhor dos Anéis, eu era criança. E ficar três horas sentada vendo coisas que eu não entendia não foi a melhor das experiências. Tanto que quando eu fui rever os filmes esse ano eu me lembrei que eu não sabia de nada, hehe. Enfim! Sempre me disseram que os livros eram difíceis, complicados, horríveis, chatos, então sempre fiquei longe deles. Mas com a estreia de O Hobbit (e por insistência de uns amigos), decidi ler o livro. Logo me apaixonei e perguntei porque diziam que era tão difícil, se na verdade a leitura era deliciosa e apaixonante. Daí me disseram que O Hobbit é um livro infantil e a porra fica séria mesma em Senhor dos Anéis. Finalmente perdi um pouco do medo e agora estou lendo-o.

"'Never laugh at live dragons, Bilbo you fool!'
 he said to himself, and it became a favorite saying of his later,
 and passed into a proverb."

4 - English Victorian Poetry - An Anthology

Ai, esse livro. Uma antologia dos melhores e mais característicos poemas da era Vitoriana. É um prato mais do que cheio para quem ama poesia. Tem os clássicos do Lord Alfred Tennyson (como The Lady of Shalott e Tears, Idle Tears), tem Thomas Hood (The Bridge of Sighs, Time of Roses), Emily Brontë, Lewis Carroll, Oscar Wilde, e muitos outros. É lindo, gente. 

"Tears, idle tears, I know not what they mean,
Tears from the depth of some divine despair
Rise in the heart, and gather to the eyes,
In looking on the happy Autumn-fields,
And thinking of the days that are no more."



3 - Antologia Poética, de Carlos Drummond de Andrade

Durante os três anos do Ensino Médio, li muita literatura portuguesa/nacional. E esse foi o único livro do ano de autores brasileiros que eu li, o que é uma vergonha. Já fui mais patriota nesse sentido, hehe. Eu não era muito familiarizada com a obra do Drummond, e essa antologia é perfeita para conhecê-lo melhor. Gostei bastante de como os poemas foram dividos, e o Drummond tem uma fluidez fantástica. 

"O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
E o coração continua"

2 - Treasure Island, de Robert Louis Stevenson

Eu amo piratas. Ou seja, ler o livro que deu origem à muitas das coisas que construíram nossa percepção de "piratas", é no mínimo uma experiência divertida. Stevenson tem uma maneira incrível de contar histórias e de criar personagens ambíguos, mesmo para uma história infanto-juvenil (foi publicada pela primeira vez justamente numa revista infantil). Quando eu comprei, não fazia ideia do quanto esse livro foi importante para a ~mitologia~ pirata. A busca pelo tesouro, a antecipação, a briga entre os piratas, e a confusão que Billy Bones trouxe para a vida de Jim Hawkins são os pontos altos do livro.

“There's never a man looked me 
between the eyes and seen 
a good day a'terward" 

1 - Orlando, de Virginia Woolf

Orlando. Como descrever a perfeição que é Orlando? Como colocar em palavras algo que não tem explicação? Ok, vamos tentar. O livro é uma semi-biografia da vida de Vita Sackville-West, amante de Virginia na vida real. Só que... com um plot twist.
Orlando é um jovem nascido durante o reinado de Elizabeth I - inclusive, acaba tendo um caso com a rainha. Após sua morte,  ele envolve-se intensamente com uma princesa russa chamada Sasha. Entretanto, o romance não dá muito certo e Orlando isola-se, a fim de escrever um livro. Ele conhece um poeta, Nicholas Greene, que critica severamente sua escrita. Orlando, então, volta seus esforços para cultivar sua antiga linhagem, dando festas e decorando sua bela mansão.
Até que, na Turquia, ele dorme profundamente por alguns dias - apesar das tentativas de acordá-lo. Quando ele finalmente acorda... ele descobre-se mulher. A cena da "transformação" de Orlando em mulher é um dos melhores trechos que eu já li.
É um livro cuja leitura é mais fácil, se comparado a Mrs. Dalloway, mas não deixa em nenhum momento de ser absolutamente brilhante. Fez com que eu me apaixonasse cada vez mais pela Virginia. Não vejo a hora de ler The Waves.


"Green in nature is one thing,  green in literature another. 
 Nature and letters seem to have a natural antipathy; 
bring them together and they tear each other to pieces"

Bônus: O Pacto, de Joe Hill

Eu amei esse livro, só não entrou no Top 10 porque eu já escrevi sobre ele aqui.

A maioria dos livros que li esse ano são clássicos. Meta pra 2013: ler mais coisas novas! hahahaha mas eu gosto de um bom clássico <3 Aliás, a meta pra ano que vem é ler (mais) Tolkien, Jonathan Safran Foer, Chuch Palahniuk, Neil Gaiman e mais Virginia. Quem vê pensa que eu não tenho um TCC pra fazer, né.

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3 comentários.:

celle coelho on 27 de dezembro de 2012 às 13:05 disse...

Quero ler Virginia, me empresta aí amigue ): hahaha
Eu não li tanto quanto você esse ano, mas visto que li bem mais que nos outros já é uma evolução. Mas quero ler O Senhor dos Anéis também, agora que já li O Hobbit, então respira hahaha

Aline Schneider on 27 de dezembro de 2012 às 19:37 disse...

Depois eu comento direitinho sobre o post aqui (mas já deixo avisado que tô besta de ASOIAF ter ficado em décimo AISHJ LORI! DÉCIMO!) MAS QUERO APENAS DIZER QUE qual é a sua edição de Graveyard Book? Quero fota o_o o meu é diferente, miu ;;

arii on 27 de dezembro de 2012 às 20:11 disse...

O Senhor dos Anéis é um livro bem mais complicado que O Hobbit, se você for ler sem paciência vai achar um saco todas as descrições e tal, mas se ler com vontade e se deixar levar você vai conseguir imaginar tudo com clareza e vai se sentir perdida no meio do universo foda (não tem outra palavra pra descrever) e gigantesco que o Tolkien criou.

Lari, vi que comentou sobre um curso online (quando leu Frankenstein), qual o site deste curso? Fiquei super interessada!

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