sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Resultado do Sorteio!

written by Larissa Rainey at 12:56 0 comentários.
Finalmente, finalmente.... agora, vamos ver quem foram os sortudos que foram sorteados e vão ganhar livro? Vamos. Sem enrolação, direto pro assunto.

A primeira cópia vai para...

















Parabéns, Tamires, a primeira cópia vai pra você!

E a outra cópia vai para....


 Parabéns, Raine, a segunda cópia vai pra você! 

(esse foi o random menos random que eu já vi, mas tudo bem, nada comigo seria normal) 

Já mandei email pedindo as informações certinhas pra enviar os livros pra vocês.

E antes de mais nada, eu realmente gostaria de agradecer a cada um que participou. Mesmo sendo um número pequeno, eu fico muito feliz em saber que as pessoas apoiam (o pouco) que eu faço e é um estímulo pra jamais deixar de escrever. Saber que tem gente interessada em ler as bobagens que eu escrevo é um pensamento que realmente aquece e melhora o meu espírito. Muito obrigada mesmo, de coração.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desperata

written by Larissa Rainey at 12:19 0 comentários.
 
Saiu correndo no mesmo instante que percebeu que estava sendo sufocada. Aquele cheiro intoxicante que provinha dos arranjos, que estavam perfeitamente alternados entre os vários bancos da igreja. Segurava a saia do vestido, para que ela pudesse correr melhor; o que de fato não adiantou muito, pois a cauda de três metros mais o sapato de salto agulha não eram os melhores apetrechos para uma fuga repentina. Num gesto significativo, arrancou sem cerimônia o colar de pérolas de três gerações atrás. Aquilo a sufocava. Tudo ali naquela igreja a sufocava. O vestido enorme e cheio de enfeites, o cheiro das flores dos arranjos e do buquê, os olhares preocupados e inconformado da família, o grito desesperado dele - NÃAAO!
Mas ela não podia permanecer mais ali, ela não pertencia àquele lugar, àquela família. As lágrimas tornaram-se sua nova máscara durante sua fuga. Ela ouvia os cochichos e o burburinho que se instalava: "Como ela pôde fazer isso? Que absurdo"... E quando estava a um passo de sair da igreja e se libertar do pesadelo, algo a incomodou. Virou para o outro lado e voltou para o altar, o rosto quente e vermelho marcado pelas lágrimas e agora por uma sensação antes desconhecida. Cada passo era como uma estaca que se prendia ao chão. Cada passo daquela noiva outrora linda era agora como a batida de um martelo. Segurava a saia do vestido com as mãos trêmulas.
Ao chegar perto, ele veio abraçá-la, mas repudiou totalmente o seu toque. Ela o empurrou e ele, desconcertado pela humilhação, ficara calado. Ela foi até o altar, manipulada pelo próprio ódio, e permanecia intocável. Todos que tentavam segurá-la eram impedidos pela força mágica de sua raiva. Olhou para o padre significativamente e este a cedeu o microfone.

Não era a Morte, pois eu estava de pé

E todos os Mortos estão deitados –

Não era a Noite, pois todos os Sinos,

De Língua ao vento, tocavam ao Meio-Dia.

Não era a Geada, pois na minha Carne

Sentia Sirocos – rastejarem –

Nem Fogo – pois só por si os meus pés de Mármore

Podiam manter frio um Presbitério –

E contudo sabia a tudo isso ao mesmo tempo;

As Figuras que eu vi,

Preparadas para o Funeral,

Faziam-me lembrar a minha –

Como se me tivessem cortado a vida

E feito à medida de moldura,

E eu não pudesse respirar sem chave,

E foi um pouco como a Meia-Noite –

Quando todos os relógios – pararam –

E o Espaço olha à volta –

Ou Terríveis geadas – nas primeiras manhãs de Outono,

Revogam o Palpitante Solo –

Mas foi sobretudo com o Caos – frio – Sem-Fim –

Sem Ensejo nem Mastro –

Nem mesmo Novas de Terra -.

A justificar – o Desespero.*



Enquanto todos estavam petrificados com tais palavras, ela voltou a andar calmamente pelo corredor da igreja. Seus pés não tinham mais o peso do martelo ou da estaca. Flutuava, com suas saias e caudas. Flutuava em sua resplandecência de noiva.
Fora para casa, leve como o vento. Não tinha consciência da loucura que havia cometido.

Ele era seu príncipe, e ela era a princesa. Mas ela não era uma princesa como outra qualquer. Ela era trágica, vingativa, cheia de ódio, impura, a própria Pandora.

Mas toda a sua impureza era dissolvida na água quente que também dissolvia seu corpo frio....



*Poema de Emily Dickinson.

**Escrito em 26 de julho de 2009. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O nível do mar

written by Larissa Rainey at 14:34 0 comentários.

                   Muitos dizem que o amor é a fonte de inspiração dos poetas e escritores pelo mundo afora. Que se não fosse por esse sentimento, as pérolas da literatura não existiriam. Eu discordo violentamente dessa suposição. Quando percebem que eu escrevo demais e me perguntam se eu estou apaixonada, eu automaticamente tomo uma posição hostil. Não, eu não estou apaixonada. O amor não é o meu combustível para a literatura, ou para qualquer outra coisa.
                A dor. Se eu não estivesse com algum tipo de dor (psicológica, obviamente) talvez eu nunca teria parado para escrever. Se eu não estivesse me afogando em mim mesma, eu nunca teria parado de fazer o que fosse para escrever. Para colocar no papel os meus monstros particulares. Tudo isso, porque no papel eles ficam mais bonitos. Mais poéticos. Mais fáceis de enfrentar. É como se, no momento que eu escrevo sobre o que me incomoda, o papel também ficasse incomodado. Compartilhando a dor com um anônimo que não te julga, nem te aconselha a viver o lado bom da vida.
                Não que eu seja uma masoquista. Eu preferiria nunca ter me afogado. Eu preferiria escrever sobre o amor, sobre como apreciar as coisas simples da vida. Escrever sobre felicidade, sobre o êxtase. Mas cada vez que eu tento falar sobre o céu azul, na mesma hora eu começo a dizer como aquele céu azul me afetaria – ou como já afetou. É de fato estranho, e muitas vezes eu me questiono porque as coisas são assim, mas é tarde demais. Se não fosse a minha escuridão portátil, muita coisa teria mudado. Mas um dia, eu tenho certeza de que o meu nível do mar – sempre mais alto do que eu – vai me levar para algum lugar maravilhoso e inesperado. Por isso eu escrevo sobre a dor, e não sobre o amor.

(Escrito em 24 de maio de 2010)

Quando a Revolução se torna Pop

written by Larissa Rainey at 13:28 0 comentários.

                 Se alguém dissesse ao fotógrafo Alberto Korda que ele tiraria a foto mais reproduzida do mundo, talvez ele não acreditasse. Mas foi exatamente o que aconteceu – seu retrato do revolucionário comunista Ernesto “Che Guevara” durante uma missa fúnebre tornou-se a fotografia mais reproduzida e conhecida do mundo. E o documentário “Chevolution” vai até as origens desta foto para explicar esse fenômeno.
                Fidel Castro, amigo de Che, sempre gostou de estar cercado por fotógrafos pois queria documentar a revolução cubana e ter material o suficiente para propaganda. Korda foi um desses fotógrafos escolhidos, e durante o funeral das vítimas da explosão de La Coubre conseguiu captar o momento exato da chegada de Che. Entretanto, essa foto só foi divulgada após a saída de Che de Cuba em 1965 – numa edição da Paris Match de 1967 que especulava sobre a localização de Guevara.
                A foto passou a ser conhecida como “Guerrilheiro Histórico” e antes que alguém percebesse, passou a ser símbolo de justiça e igualdade. O retrato de Che foi extensivamente usado nas revoltas de estudantes franceses em 1968, que utilizavam a versão estilizada do irlandês Fitzpatrick: o rosto de Che em preto e branco e o fundo vermelho.
                Mas foi quando a imagem chegou aos Estados Unidos que se tornou uma verdadeira febre. Pôsteres, camisetas, bottons, chaveiros, isqueiros, qualquer produto poderia – e era – comercializado com o rosto de Che. E o documentário ali aponta a ironia do sistema capitalista: Che era comunista e apoiava um sistema totalitário e sem liberdade de expressão, e lá estavam os jovens comprando camisetas com seus rostos num sistema totalmente contrário ao que ele  apoiava. Muitas pessoas passaram a enxergar Che como um revolucionário que queria a liberdade de seu povo, como uma pessoa perfeita e íntegra – sem considerar que ele fez parte de uma revolução violenta e  matara seus inimigos sem hesitar.
                Outra discussão que é levantada no documentário é referente aos direitos autorais da imagem. Fidel Castro não apoiava leis referentes a direitos autorais – para ele, a arte era livre. Os filhos de Korda, entretanto, estão entrando com muitos processos na justiça para regularizar o uso da imagem de seu pai na mídia e para proteger o legado de Guevara. Seria isso o suficiente? Porque é impossível negar que a imagem se tornara, de certo modo, domínio público. Principalmente ao considerarmos o poder da internet e a facilidade com que as imagens podem ser reproduzidas, compartilhadas e editadas.       
                O “Guerrilheiro Heróico” perdeu seu significado geral com o tempo – e a tecnologia teve um papel importante nesse processo. O rosto de um dos expoentes do comunismo está estampando as camisetas de burgueses capitalistas. A revolução ficou pop e não precisa ser cubano para entender Guevara e ter um pedaço dele em seu guarda roupa. Uma verdadeira ironia dos dias modernos.


É um comercial? É um filme?

written by Larissa Rainey at 13:24 0 comentários.

        Benício Del Toro interpreta Mr. H, um jogador bem sucedido que consegue uma pequena fortuna com sua sorte em jogos de azar. Seu sucesso é tamanho que atrai a atenção de uma agência de inteligência norte americana, que quer descobrir qual o “segredo” de tanta sorte. Mr. H é, então, forçado a fugir, e é perseguido pelo centro de Los Angeles. A perseguição envolve tecnologia de ponta, helicópteros, carros luxuosos e uma bela companhia feminina. Dirigido por Michael Mann, conceituado diretor de filmes como “Colateral”, seu trailer foi exibido nos cinemas antecedendo os outros trailers e sendo exibido após os comerciais padrão. Muitos se interessaram pela história e perguntaram-se quando o filme estrearia. E ficaram boquiabertos quando descobriram que não se tratava de um trailer comum – era um comercial da Mercedes Benz.
      A campanha, cujo investimento chegou aos 8 milhões de dólares, é da nova safra de comerciais que mesclam entretenimento e publicidade: os chamados advertainments. Luckystar” é um comercial que mistura a linguagem publicitária com a linguagem cinematográfica, criando uma peça totalmente única. Isto começou a ser pensado quando os estudiosos de comunicação e os publicitários perceberam que com o avanço tecnológico, o público está aceitando cada vez menos a publicidade persuasiva tradicional. Muitos aparelhos permitem pular os breaks comerciais que tanto interrompem a programação normal – o que dificulta o acesso à publicidade televisiva.
        Rogério Covaleski, em sua tese de doutorado, afirma que “A mensagem publicitária (...) ganha sobrevida quanto mais deixa de parecer consigo mesma; quanto menos faça uso dos elementos tradicionais que constituem o discurso publicitário convencional (...) travestida de diversão, mas não destituída de sua função persuasiva, mesmo que dissimulada”. É justamente essa a graça dos advertainments. Em Luckystar, a Mercedes Benz está lá o tempo todo – inclusive no nome do vídeo, remetendo a estrela de três pontas que faz parte do slogan da marca. Mas não é um simples comercial que mostra os pontos fortes do carro. Cria-se uma história, personagens, roteiro envolvente e cativante que faz com que o espectador esqueça que trata-se de uma publicidade.
      E por que trabalhar com advertainment e não com publicidade tradicional? Porque o público está cada vez mais segmentado. Não se fala mais em publicidade de massa; o público quer algo personalizado, fragmentado, que atenda a seus interesses. Covaleski também percebe esta  nova tendência, afirmando que “o consumidor contemporâneo tem se tornado mais exigente no momento de optar pela marca, produto ou serviço que irá adquirir, diante da diversidade e oferta maiores a cada dia e da crescente competitividade dos mercados. Essa exigência, acentuada pelo maior acesso à informação e, por conseqüência, à condição de comparar mercadorias, tem levado a indústria a se adaptar (...) e parte dos consumidores atuais é que está ditando o que a indústria deve produzir”.
   Podemos então observar a lenta ruptura de um sistema publicitário já consolidado, confirmando a solidez das novas tecnologias e de um novo modo de pensar e consumir.

Potiche (2010)

written by Larissa Rainey at 13:09 0 comentários.

           O filme “Potiche”, do diretor François Orzon, é surpreendente e inesperado. Passa-se em 1977, num bairro tipicamente burguês. Robert Pujol comanda uma fábrica de guarda chuvas – que está passando por sérias dificuldades, pois os trabalhadores estão em greve e lutando por direitos melhores. Ele é casado com Suzanne – uma mulher calma, delicada e que faz o papel de esposa-troféu perfeitamente. O casal tem dois filhos; Joelle (que passa por dificuldades no casamento) e Laurent, um aparente bon-vivant que entra e sai de faculdades e não tem interesse por nada.
            A situação da família muda quando a greve dos trabalhadores atinge seu ápice e eles prendem Robert na própria sala e o tiram de seu cargo. Alguém, então, deve comandar a fábrica e controlar a greve – e então Suzanne assume o lugar do marido. Enquanto todos esperam que Suzanne seja um fiasco, ela prova que é mais do que um belo vaso (em francês, “potiche”) e faz um excelente trabalho. Com a ajuda de seu ex-amante Maurice Babin, um deputado comunista, consegue acabar com a greve. Mas quando Robert volta para a fábrica, surgem os conflitos de interesses que provam que Suzanne não é tão santa como a maioria pensa.
            A fotografia de Potiche ajuda com a narrativa da história – antes de mostrarem que se passa  no fim da década de 70, as luzes e as cores dão o toque de que esta não é uma história completamente contemporânea. O desenrolar dos personagens também é algo a se destacar – e não apenas o desenvolvimento de Suzanne, que é óbvio, mas também de Joelle. Conhecemos Joelle como uma mulher que não tolera mais a ausência do marido e pretende se separar e trabalhar na fábrica do pai para sustentar os filhos –  mas depois ela se revela completamente leal ao marido e a família que acabara de criar. O mistério que envolve a paternidade de Laurent é contado de maneira divertida, principalmente quando Maurice suspeita que é seu pai e passa a enxergar Laurent de outra maneira.
            Mas acima disso, Potiche é um filme sobre a revolução feminina – é um filme sobre como as mulheres deixaram de ser meros vasos decorativos para ter participação ativa na sociedade. O filme ilustra muito bem o desconcerto dos homens ao perceberem que as mulheres são seres pensantes que raciocinam e são capazes de conduzir negócios tão bem quanto eles. E é esse desconcerto que faz parte do humor do filme – é um humor delicado mas simultaneamente irônico e ácido. Tipicamente francês.


As fabulosas cores de Amélie Poulain

written by Larissa Rainey at 13:05 0 comentários.

 
               Poucos filmes são retratados da maneira com que a personagem principal vê o mundo. “O fabuloso destino de Amélie Poulain” é uma dessas raras exceções. Amélie é uma jovem delicada e presa no próprio mundo imaginário, sem se importar muito com o caminhar da sociedade ao seu redor. Seu ponto de vista é muito peculiar, rico em detalhes e suas manias são carregadas ao longo do filme.

            Um dos pontos fortes do filme é justamente seu roteiro firme e bem preciso; a personalidade de Amelie não se perde ao decorrer da historia. Pelo contrário: cada acontecimento é singular, como a personagem. Mas não apenas isso chama a atenção enquanto se assiste o desenrolar da história. São os detalhes e a delicadeza dos eventos.

            A fotografia é um objeto importantíssimo na história. Ela é desconstruída, modificada e até distorcida; Amelie se vê atraída pelo homem misterioso que picota o próprio retrato em várias cabines fotográficas espalhadas pela cidade; ela procura o homem que reconstrói as fotos picotadas e se encontra com ele; e agrada seu pai com fotos do anão de jardim em vários cantos do mundo. E a forma com que Amelie lida com essas representações e com os demais objetos nos faz pensar sobre a individualidade de todos nós e até que ponto nosso mundo imaginário influi no “mundo real”.

            Outro instrumento que o diretor utiliza para contar a história de Amélie é a cor de cada cena. Baseando-se em Machado, um pintor brasileiro relativamente desconhecido, o filme tem fortes tons de vermelho, verde e amarelo, e sempre com um ponto de azul. Essa escolha foi essencial para recriar a maneira de ver da personagem – com cores a mais, cores fortes e intensas. Amélie não vê o mundo da mesma maneira que uma pessoa normal e isso se reflete nas cores.

            E é por isso que “O fabuloso destino de Amélie Poulain” é tão cativante: por ser delicado e intrínseco, por tratar de assuntos batidos – como o amor -  de uma maneira peculiar e divertida. Os objetos são desconstruídos, as cores são inspiradas em pinturas, a linguagem do roteiro é simples mas encantadora. É muito difícil terminar este filme sem querer viver algo parecido – mudar vidas, se apaixonar por alguém, e ousar ver o mundo com outros olhos.

domingo, 18 de setembro de 2011

Sorteio do livro "Palavras Veladas"!

written by Larissa Rainey at 22:23 0 comentários.
Ontem eu passei praticamente o dia inteiro arrumando meu quarto - que é bagunçado como eu. E nessa arrumação toda, encontrei várias coisas. Histórias que nunca foram terminadas (como se eu tivesse terminando alguma), poemas que hoje não fazem mais sentido, reflexões, e muita bagunça. Chega a ser vergonhoso o nível e bagunça no meu quarto, se eu fosse rica pagava alguém pra manter tudo sempre organizado. 
Mas enfim, não vim aqui falar da minha bagunça, e sim de duas coisas que encontrei no meio do caminho e que pensei em você, criatura linda e amável que lê esse humilde blog.
Em 2009, eu enviei um poema meu pra editora Andross, que estava selecionando poemas para uma antologia. O meu foi selecionado e publicado, entre vários de outros autores brasileiros. Era bem quando comecei a escrever, eu nem era Rainey ainda. O livro ainda vende na Livraria Cultura, mas como eu sou um amorzinho de pessoa, vou sortear para os interessados.

capa do livro feat. meu lençol

 foto tirada em 2009, logo quando eu recebi o livro.

Informações do sorteio:
  • São duas cópias do "Palavras Veladas", com dedicatória e tudo. Ou seja, são dois ganhadores.
  • Esse sorteio não tem muitas regras. Como eu não queria "obrigar" as pessoas a me seguirem no twitter (tudo bem que 99,9% das pessoas que lêem o ITSW são meus seguidores, mas relevemos) nem a virar seguidor do blog, a única coisa que você precisa fazer é preencher esse formulário. Só tem dois campos obrigatórios, nome e email para eu entrar em contato, mas eu super encorajo todo mundo a colocar o username do Twitter e link pro Facebook. Pra eu ter um lugar a mais pra entrar em contato com o lindo ou a linda que forem sorteados. 29 de setembro é o último dia pra preencher o formulário.
  • O sorteio será feito dia 30 de setembro através do Random.Org. Funciona assim: eu pego todas as inscrições, uso o Random Number Generator e pronto: os dois números que saírem, são os números das inscrições dos ganhadores. Vou tirar print dos sorteios e tudo porque eu sou bem paranóica e quero que tudo saia certinho.
  • Farei um post com o resultado e o ganhador. Entrarei em contato via email e se disponível, Twitter e Facebook. É improvável que isso aconteça, mas se até 2 de novembro eu não receber resposta, outro sorteio será realizado.
  • Vou enviar os livros dia 3 de novembro, e até lá espero que os Correios se normalizem. Caso algo aconteça, eu aviso.
 Escrevi um monte pra um sorteio pequeno mas eu sou paranóica e gosto de tudo bem explicado. Até porque eu vou precisar pra este post como referência futura, hahaha.

 Boa sorte!

domingo, 11 de setembro de 2011

Uma triste história

written by Larissa Rainey at 17:47 0 comentários.
Nada como passar as férias na praia, não é mesmo? Muito sol, muita areia, muito calor, muito pastel com recheio de óleo, muita água de coco. Mas é claro que alguma coisa tem que dar errado nessa equação toda. E aí é que entra o fator chuva na história.
Ninguém pega o carro nas férias de janeiro e enfrenta o maior trânsito pra pegar chuva. Sem sol nem calor, as pessoas são obrigadas a ficar dentro de casa. Confinadas. Obrigadas a olhar para a cara do outro, a lembrar daquela briga monstruosa com o marido porque ele não aguenta mais a quantidade de biquínis que você comprou esse verão. E pra melhorar, tem sempre a filha problemática que odeia sol e praia e reclamou o caminho inteiro.
É isso que a chuva faz com as pessoas durante as férias na praia. Maria se viu obrigada a tolerar o marido e a filha, desgostosos com a situação. O marido fazia cara de cão entediado e a filha estressada que já tinha lido todos os livros que trouxeram para  a terrível temporada na praia.
Até que ela lembra que perto do apartamento, tem um shopping. Tudo bem que shopping de praia é aquela coisa: o povo mal tirou a areia do corpo e já parte rumo ao McDonald's para alimentar a prole. A família decide, então, pegar o carro e ir pro tal do shopping assistir um filme. Assistem Shrek 2: filme pra família, meio engraçadinho, todos curtem, todos saem rindo. A filha queria comer no shopping, mas Maria queria comer esfiha do restaurante perto do apartamento.
Eles não contavam com a chuva torrencial que fazia questão de não parar de cair. Claro, eles estavam de carro, então estava tudo bem. O pai pára no restaurante e pede as tais esfihas pra viagem. Maria e a filha esperam dentro do carro, ouvindo música, recontando piadas. 
Uma hora se passa, a chuva não pára, e as esfihas ainda não ficaram prontas. O estômago de Maria roncava e ela não sabia se conseguia passar mais uma hora enfurnada no carro com a filha que praticamente implorava para Deus que a chuva continuasse a cair. Maria, bravamente, resolve sair do carro para encontrar o marido tomando uma cervejinha e comendo bolinho de bacalhau enquanto espera as esfihas - que ainda não estavam prontas. Ela se sentiu deixada para trás. Ela adora bolinho de bacalhau. O marido, apreensivo, compra uns três bolinhos e uma latinha de cerveja para acalmar a mulher. Os dois se esquecem totalmente da filha, que ainda está dentro do carro. Eles também se esquecem que o carro está no meio da rua - e se alguém quisesse roubar o carro, a hora seria perfeita. 
Quando as esfihas finalmente ficaram prontas - tiveram boatos que eles foram até a cidade vizinha comprar farinha - Maria e seu marido entraram no carro, satisfeitos. Mas quando o marido liga o carro e descobre que a bateria havia acabado pois ninguém desligou nem o carro nem o rádio, as coisas complicaram.
A chuva caía, todos estavam famintos, a filha já estava estressada, e o marido ainda teve que empurar o carro. Maria no volante, vermelha de tanta raiva, ao perceber que o carro começara a pegar, correu rua afora deixando o marido na rua e na chuva.
Entrou no apartamento sentindo-se maravilhosa e poderosa. Afinal de contas, chegara em casa linda e seca enquanto o marido estava provavelmente correndo ensopado para voltar para casa. E quando foi apoiar a caixa das esfihas no balcão, um pequeno erro de cálculo fez com que Maria deixasse todas as esfihas caírem no chão.
Todas elas. Todas as esfihas. Ali, caídas, com a lei de Murphy fazendo a Globeleza e sambando na cara da Maria.
No dia seguinte, pegaram o carro e voltaram para casa.


Baseado em fatos reais.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Destruindo castelos

written by Larissa Rainey at 23:31 0 comentários.
Suas mãos pequenas e fortes modelavam a areia com esmero. Calculava mentalmente a melhor maneira de construir um castelo forte e belo. E então, punha-se a trabalhar. Molhava a areia quando julgava necessário, endurecendo-a. Todo o cuidado do mundo era pouco para construir o seu castelo. Fazia questão de ficar longe das ondas enfurecidas do mar, para que este não destruísse todo o seu trabalho. Os pais observavam-no, orgulhosos de ter um filho tão dedicado e compenetrado. A maioria das crianças gritava e corria pela praia, fazendo barulho e causando desordem. Mas não aquele garoto. Ele preferia a companhia da areia. Ele gostava da sensação de controlar a areia e dar-lhe forma. Sentado debaixo de um guarda sol, passava o dia inteiro construindo castelos. Dormia com um sorriso nos lábios e o coração alegre pois passara o dia inteiro se divertindo.
E quando seu castelo ficou pronto, mostrou a seus pais sua obra prima. Ele então percebeu que com determinação e esforço, podemos construir qualquer coisa. Seu coração palpitava de tanta ansiedade e alegria - ele não via a hora de construir algo mais útil que um castelo de areia. Quando parou para observar a paisagem, avistou uma menina correndo em sua direção.
A menina era algo extraordinário. Ela parecia irradir uma luz perigosa e arrebatadora, quinhentas vezes maior que ele. Ela olhava para o castelo, intrigada. 
"Foi você que fez?", ela perguntou. Seus olhos faiscavam em direção do castelinho.
"Sim", ele respondeu, encabulado.
E sem que ele pudesse contê-la, ela pisou com força no castelo de areia e usou suas mãos para destruir o que faltava.
Ele sentiu seus olhos serem invadidos com lágrimas - uma dor tomou conta de seu coração. Aquilo que fora construído com tanto cuidado, com tanta delicadeza, fora destruído com ferocidade. O que levou dias para ser erguido, levou segundos para desmoronar. Ele enfim aprendeu sobre a fragilidade da vida e a irrefutável maldade humana.
Poucos constroem o que a maioria destrói.
 

Larissa Rainey Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos