quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A Pele que Habito

written by Larissa Rainey at 20:50
Depois de um blackout anti-SOPA, nada melhor do que voltar falando sobre um filme bom!
Eu sempre tive preguiça de ver filmes do Almodóvar, principalmente depois de Volver - que não gostei. Mas após várias pessoas falando sobre quão bom A Pele que Habito era, resolvi assistir. Não me arrependi nem um pouco, pelo contrário.
O dr. Robert Ledgard é um homem cheio de traumas psicológicos. Sua esposa tentou fugir com o amante; e durante a fuga, se envolveu num acidente de carro. Robert consegue salvá-la, mas a pele dela acaba sendo seriamente prejudicada - e mais tarde, ela acaba morrendo. Mais tarde, sua filha Norma acaba se jogando da janela após ser abusada sexualmente por um jovem. Cada vez mais traumatizado com a perda das duas mulheres mais importantes de sua vida, Robert encontra-se obcecado em desenvolver uma pele sintética, que seria resistente a quaisquer tipos de danos.  Para ajudá-lo nesses experimentos, Robert mantém uma moça misteriosa, problemática e instável chamada Vera presa em sua mansão, seguindo suas ordens.
Não sei nem por onde começar a falar sobre a maneira com que Robert vê essa moça. É uma dependência imensa - ele precisa dela, ele a vigia sempre e ele também sente medo dela (medo justificado enquanto o filme se desernola). Antonio Banderas dá um show de atuação ao mostrar cada faceta de seu personagem - frio e calculista, traumatizado e vulnerável. Ele está no controle de todas as cenas, numa performance estranhamente equilibrada para um personagem tão complexo e louco. A Elena Anaya também está ótima como Vera - e a sua presença física durante as cenas está notável. Ela conseguiu usar a sua "segunda pele" para aumentar o poder da personagem - isso se vê claramente quando Vera tenta correr e está sempre escorregando no chão liso da mansão.
Aliás, esta é outra coisa que me chamou a atenção: a riqueza da ambientação. A mansão é interpretada de inúmeras maneiras: é o símbolo do sucesso da carreira médica de Robert - e também o lugar onde ele mantém seus segredos escondidos; é a prisão de Vera; é um lugar de saudades e tristeza para Marilia, a amargurada e injustiçada governanta de Robert.
A trilha sonora é poderosa, as cores são muito bem exploradas, o roteiro é surpreendente e envolvente... me apaixonei por esse filme. Quem sabe eu até me disponho a ver mais filmes do Almodóvar depois dessa - mesmo sabendo que A Pele que Habito é a exceção, e não a regra...

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1 comentários.:

Anônimo disse...

Tô pra assistir esse já tem um tempinho. Seu post me deixou com mais vontade agora.

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